Vencedores, vencidos e assim assim da eleição do Brasil
Jair Bolsonaro (PSL)
Entre 2014 e 2018 conseguiu passar de deputado conhecido apenas pelas opiniões, no mínimo, bizarras a líder político com potencial eleitoral capaz de rivalizar com o mito da esquerda Lula da Silva. Praticamente um a cada dois brasileiros votou nele. É obra.
Wilson Witzel (PDC)
O juiz federal e fuzileiro naval apoiado por Bolsonaro na corrida ao governo do Rio de Janeiro é, em si mesmo, mais uma prova da força eleitoral do capitão do exército. As sondagens colocavam-no primeiro em quinto, depois em quarto, mais próximo da votação em terceiro e no dia que conta acaba líder isoladíssimo com perto de 40 pontos e quase o dobro do segundo classificado Eduardo Paes (DEM).
João Doria (PSDB)
Ao longo de meses, o ex-prefeito de São Paulo travou uma guerra surda com Geraldo Alckmin pela vaga de presidenciável pelo PSDB. Perdeu-a. Mas acabou por provar nestas eleições que seria um nome mais competitivo, ao vencer a primeira volta na corrida ao governo do estado, enquanto Alckmin não passou dos cinco pontos na corrida presidencial.
Redes sociais
O mais votado na primeira volta, Bolsonaro, é também o mais forte nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens, onde foi construindo a sua candidatura, com paciência, ao longo de anos. É lá, na web, que esta eleição se define.
Lula (PT)
Mesmo sem poder fazer campanha, nem dar entrevistas, nem sequer votar consegue colocar o seu candidato na segunda volta. Mas parte para ela em clara desvantagem.
Fernando Haddad (PT)
Teve a votação que se esperava: se Lula valia perto de 40% nas sondagens, ele chegou a perto de 30%, ou seja, a três quartos do registo do líder. Na segunda volta, porém, parte como outsider.
Ciro Gomes (PDT)
Teve tudo contra si: o PT recusou-se a apoiá-lo e depois roubou-lhe o acordo já alinhavado com o PSB. O tempo de antena, por isso, também era menor do que o da concorrência. Mesmo assim, na qualidade de especialista em debates, foi crescendo ao ponto de recuperar, depois desta eleição, a sua importância à esquerda.
Geraldo Alckmin (PSDB)
O PSDB elegeu o presidente da República ou chegou pelo menos à segunda volta nas últimas seis eleições. Alckmin, mesmo com o maior tempo de antena, não passa dos cinco pontos. Uma derrota humilhante que pode encerrar a sua carreira política.
Dilma Rousseff (PT)
Às vésperas da eleição, liderava a corrida ao Senado por Minas Gerais. Acabou em quarto lugar. Deve retirar-se de vez da política.
Romário (PODE)
Chegou a estar em primeiro nas sondagens para o governo do Rio de Janeiro mas foi revelando as suas insuficiências para um cargo tão exigente a cada debate, a cada entrevista, até acabar abaixo dos 10 pontos, em quarto lugar.
Marina Silva (Rede)
Depois de dois terceiros lugares consecutivos e de resultados animadores acaba com 1% e logo quando tinha um partido, o Rede, feito à sua medida.
Televisão
Com oito segundos de tempo de antena e ausências seguidas em debates na TV, Bolsonaro quase ganhou à primeira volta, enquanto Alckmin, com propaganda interminável, teve o pior registo da história do PSDB.