Vencedor vai contestar decisão sobre Pav. Atlântico

O grupo Arena Atlântida, que venceu o concurso de compra do Pavilhão Atlântico, em Lisboa, vai contestar a decisão da Autoridade da Concorrência (AdC) de investigar o negócio, disse à agência Lusa um dos promotores do consórcio.
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"Obviamente que vamos contestar. O que se está a passar é vergonhoso, é uma situação deplorável e só posso crer que há pessoas de má fé na Autoridade da Concorrência", afirmou o promotor Nuno Brancaamp.

A Autoridade da Concorrência anunciou hoje que vai avançar com uma "investigação aprofundada" à venda do Pavilhão Atlântico, porque tem "sérias dúvidas" de que esta não viole a lei da concorrência.

O Governo aprovou em julho de 2012 a venda do Pavilhão Atlântico - que engloba também a venda da empresa de venda de bilhetes Blueticket - ao consórcio Arena Atlântida, composto pela promotora Ritmos & Blues, pelo promotor Luís Montez, em nome individual, e pela atual equipa gestora daquele equipamento.

Este consórcio, suportado pelo banco BES, venceu o concurso com uma proposta de 21,2 milhões de euros.

Em agosto de 2012, um mês depois da aprovação da venda, a AdC avançou com um processo de análise do negócio, tendo solicitado mais informações ao consórcio vencedor.

"Nós já respondemos a todas as questões solicitadas. Não estamos a lidar com pessoas sérias, não entendo esta desconfiança", reforçou Nuno Brancaamp.

No comunicado de hoje, a AdC concluiu, depois de ter ouvido outros operadores, que os compromissos apresentados "não são adequados e suficientes à manutenção de uma concorrência efetiva no mercado".

Na corrida à compra do Pavilhão Atlântico estiveram também o consórcio composto pelo promotor de espetáculos Álvaro Covões, pelo empresário António Cunha Vaz e pela Confederação da Indústria Portuguesa.

Nuno Brancaamp lamentou a situação levantada pela Autoridade da Concorrência, sublinhando o prejuízo para o consórcio, por causa das garantias bancárias envolvidas: "Demorar seis meses não é de uma entidade competente".

Apesar do consórcio vencedor concentrar duas relevantes promotoras de espetáculos - a Ritmos & Blues e o empresário Luís Montez (fundador da promotora Música no Coração)-, Nuno Brancaamp explicou que foram dadas todas as garantias de que os outros promotores de espetáculos do país teriam acesso igualitário ao Pavilhão Atlântico.

Referindo-se especificamente a Álvaro Covões, da promotora Everything is New, Nuno Brancaamp reforçou que "é um dos melhores clientes" do Pavilhão Atlântico: "Precisamos de clientes, não entendo todos os subterfúgios que estão a ser criados".

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