Velhos amigos no Facebook

Veio a reforma, o tempo livro e a necessidade de o preencher. Depois veio o Facebook, boa forma de encontrar velhos amigos que o tempo fizera perder. Companheiros de infância, professores, colegas de escola ou de trabalho, camaradas da tropa. Uns estão em Portugal, outros espalhados pelo mundo. Histórias de amizades reencontradas, no mês que as celebra, a 30 de julho.
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Soou o último toque do ano letivo. Era tempo de férias, de verão. Mas Amélia não queria que esse fosse igual a tantos outros. Tinha 13 anos, já era crescida. Queria fazer alguma coisa diferente, criativa, queria conhecer pessoas novas. Mal soube que estavam abertas inscrições para um curso de bordado à máquina, ali mesmo na sua aldeia de Monsanto, inscreveu-se. Ficou fascinada com o que a professora Irene Pereira tinha para ensinar. «Criámos uma ligação muito bonita. Eu era miúda e ela marcou-me muito.» Mas quando o verão de 1960 chegou ao fim, perderam o rasto uma à outra.

Amélia Mendonça tem 69 anos. Durante mais de vinte, trabalhou no Ministério da Segurança Social, na sede de concelho, Idanha-a-Nova. Quando se reformou, faltava alguma coisa. «Passei a estar a tempo inteiro em Monsanto, que é uma terra bastante envelhecida. Isso fez-me sentir triste. Estando eu habituada a lidar com o público, diariamente, ver-me de repente sem esse movimento foi complicado.» Abriu uma loja de artesanato, atividade que alimenta há vários anos, e comprou um computador. Foi aprendendo a mexer nas redes sociais porque queria mostrar o seu trabalho e a sua terra ao mundo. Agora já não vive sem o Facebook.

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