Veganismo vai ser protegido pelos Direitos Humanos no Canadá
Os vegans na província canadiana de Ontário podem em breve ser protegidos pela legislação regional de direitos humanos, ao abrigo da proibição da discriminação com base em "crença". A definição de "crença" que é aplicada na região inclui tanto religiões organizadas como um conjunto de convicções que "influenciem substancialmente a identidade, visão do mundo e modo de vida de uma pessoa".
Ao jornal Toronto Star, da região de Ontário, a diretora-executiva do grupo vegan Animal Justice explicou que, sob esta definição, os vegans podem ver os direitos protegidos da discriminação. Essa proteção poderia ser útil em circunstâncias em que vegans são obrigados a dissecar animais no âmbito dos seus estudos, ou quando são forçados a usar um uniforme de trabalho que inclua componentes em pele, ou mesmo para ajudar a assegurar que os vegans não são excluídos de eventos de trabalho.
Esta proteção de direitos humanos, segundo a diretora-executiva Camille Labchuk, aplica-se às pessoas que são vegans por princípio ético, cuja filosofia de respeito pelos animais se estende a todas as suas ações, incluindo não consumir produtos cujo fabrico envolva animais. "Ouço regularmente casos de pessoas que sentem que foram discriminadas devido às suas crenças em relação aos animais", disse Labchuk ao Toronto Star.
[artigo:5028715]
Ao mesmo jornal, um professor de sociologia da Universidade de Alberta disse ver o sentido de diminuir a discriminação contra os vegans. "A ideia do veganismo como uma 'crença' parece louca", afirmou Dominique Clement, "mas é preciso lembrar que houve uma altura em que se achava igualmente absurda a ideia de que as pessoas homossexuais tinham direito de não ser discriminadas".
A nova definição de "crença" na legislação da província de Ontário foi aplicada em dezembro, abrindo espaço para que os vegans sejam incluídos nela. Mas nem todos acreditam que seja a melhor opção. "Se a interpretação daquilo que constitui uma 'crença' se torne tão lata que seja difícil fazer qualquer proteção significativa, então isso enfraqueceria a eficácia das proteções legislativas que já existem", explicou Amanda Hohmann, de uma organização ligada aos direitos humanos.