Vaticano recebe pedido de resgate por cartas de Miguel Ângelo
O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, confirmou hoje uma notícia avançada pelo jornal italiano "Il Messaggero" dando conta do pedido de resgate. Confirmou que um cardeal encarregue da Basílica de S. Pedro foi contactado por alguém que se dispunha a devolver os documentos por "um certo preço", nas suas palavras.
Segundo o diário italiano, o autor do pedido de resgate e um antigo funcionário do Vaticano e o valor seriam 100 mil euros.
Lombardi acrescentou que o cardeal contactado "naturalmente recusou por se tratarem de documentos roubados":
Um dos documentos desaparecidos é uma carta assinada pelo artista que pintou a Capela Sistina, projetou parte da Basílica de S. Pedro e esculpiu a Pietà.
Mais detalhes sobre o roubo foram entretanto comunicados pelo Vaticano. Uma freira, que deu pela sua falta, e informou os seus superiores em 1997. Por que se manteve o Vaticano em silêncio sobre o caso nos últimos 18 anos? Lombardi não explicou. Precisou, porém, que tinham sido duas as cartas roubadas, em lugar de uma, como avançava o "Il Messaggero".
O caso está a ser investigado pela polícia do Vaticano e os seus homónimos italianos, mas ninguém que fornecer detalhes sobre os documentos que desapareceram do arquivo da basílica de S. Pedro, um local conhecido como Fabbrica di San Pietro, onde estão concentrados documentos da história, design e construção do edifício, o maior da cristandade. Demorou 100 anos a ser construído e só ficou completo em 1626. Miguel Ângelo tinha morrido em 1564, com 89 anos.