Vasco procura o tetra a olhar para o Mundial de Peniche

Surfistas nacionais entram amanhã, no Guincho, na reta final da Liga Meo. Vasco Ribeiro é favorito, mas há outros nomes na corrida
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A última e decisiva etapa da Liga Meo Surf arranca amanhã no Guincho. Em jogo o título nacional, atualmente na posse do luso-brasileiro Pedro Henrique, e um wildcard para estar presente entre a elite do surf mundial na etapa portuguesa do World Tour, em Peniche (20 a 31 de outubro).

O líder destacado no ranking à partida para o Bom Petisco Cascais Pro é Vasco Ribeiro, dono de três títulos nacionais e, com 22 anos, provável tetracampeão nacional no sábado. Isto porque o surfista de Cascais, antigo campeão mundial júnior, é o único dos quatro candidatos que depende apenas de si para erguer o troféu. Senão, vejamos: se Vasco Ribeiro chegar às meias-finais é automaticamente campeão; se ficar pelos quartos-de-final, o rival direto, Pedro Henrique, terá de vencer a prova para revalidar o título. Quanto a Tiago Pires e, eventualmente, Miguel Blanco, as suas hipóteses resumem-se a um 9.º lugar, ou pior, de Vasco Ribeiro e, mesmo assim, teriam de vencer o Bom Petisco Cascais Pro.

Pelo meio, como um joker de luxo que pode baralhar as contas, está Gony Zubizarreta. O surfista espanhol venceu a Liga no ano passado, mas por não ter cidadania portuguesa não pôde reclamar o título.

Outra incógnita nestas contas será a presença de Miguel Blanco. Apesar de ainda ter hipóteses de conquistar o primeiro título nacional da carreira, o vice-campeão de 2016 poderá não fazer o check-in no Guincho por estar em Marrocos, no Anfaplace Pro Casablanca, prova a contar para o Circuito Mundial de Qualificação (WQS).

"Infelizmente, vou para Marrocos e não sei se estarei de regresso a tempo de competir na Liga. Aliás, seria mau sinal se estivesse, pois significava que tinha sido eliminado da prova do QS em que vou competir", disse Miguel Blanco, que assume o WQS como a sua "grande prioridade": "Competir nesta última etapa da Liga seria uma boa oportunidade, afinal, estaria a jogar em casa, numa onda em que surfo desde os meus 10 anos, mas o QS é a minha grande prioridade. Este ano estou empenhado em construir ranking no QS e tentar chegar ao top 100 para então, em 2018, tentar a qualificação para o World Tour."

"Só interessa o número um"

As apostas inclinam-se para Vasco Ribeiro e o próprio não nega o favoritismo: "Sinto-me muito bem para esta etapa. Venho de uma série de campeonatos do WQS e, apesar de não me terem corrido da melhor forma, deram-me bom ritmo, pelo que as expectativas são as mesmas do início do ano: ganhar e ir à procura do tetra. Só me interessa o número um."

E relativamente à possibilidade de competir no Mundial de Peniche, graças ao wildcard que neste ano vem como bónus do título nacional, Vasco Ribeiro não desvaloriza: "Estar no Mundial de Peniche não é a minha prioridade principal da temporada; essa é, sem dúvida, a qualificação para o World Tour, mas desde que anunciaram que o wildcard deste ano chegaria através da Liga meti logo isso na cabeça. O objetivo é estar no Mundial em Peniche e ir lá aniquilar toda a gente [risos]."

Um desejo para o qual poderá ter uma ajuda de Tiago Pires. O pioneiro português no World Tour e que também é mentor e agente de Vasco Ribeiro já anunciou em entrevista ao DN que, no caso de bater o pupilo na corrida ao título, lhe cederá o wildcard. Isto apesar de dizer que acredita que Vasco Ribeiro "vai fechar a porta a toda a gente" na etapa decisiva da Liga.

Campeão ao ataque

Mas se Vasco Ribeiro é apontado como o favorito, o experiente campeão nacional, Pedro Henrique, está longe de ser carta fora do baralho. "O objetivo é sempre vencer e revalidar o título nacional. Mas não me pressiono nesse sentido: vou tentar fazer o meu surf, dar o meu melhor e aguardar o resultado", diz Pedro Henrique, que tem no currículo um título mundial júnior pelo Brasil e uma passagem pelo World Tour, em 2006.

Um circuito a que deseja voltar mas que não o cega a ponto de ficar obcecado com o wildcard para Peniche: "Não penso nisso, não é algo que tenha colocado como meta para este ano. É evidente que é sempre muito bom estar nos Supertubos, mas acho que a única coisa que me motivaria a sério seria o prize money. Não tenho patrocinador e dependo muito dos prémios monetários para competir no QS, pelo que o dinheiro de um bom resultado no Mundial de Peniche seria fundamental." Assim, o campeão nacional em título não tem dúvidas: "Entre os dois, prefiro, sem dúvida, o título nacional. É algo que fica para a história."

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