"É algo de estranho, vim aqui ao congresso para participar, mas tanto quanto me foi informado não poderei fazer parte do congresso", disse Pedro Calado à agência Lusa..O número dois da autarquia funchalense acrescentou saber que "não podia fazer como delegado" porque integrou a lista derrotada, razão pela qual solicitou para participar "na qualidade de observador ou de convidado". ."Foi-me informado que o meu nome foi rejeitado, não sei qual o motivo, mas sendo vice-presidente da autarquia do Funchal, militante com quotas pagas e com a responsabilidade que tenho no concelho do Funchal, acho que faria todo o sentido poder participar no congresso, até porque sou militante já há alguns anos", declarou.."Assim não entendeu o partido, não sei se tem alguma a ver com o resultado das últimas eleições e pelo facto da lista de Miguel Albuquerque ter ganho no Funchal com quase 60% dos votos", adiantou..Pedro Calado admitiu ter conhecimento que "aconteceu o mesmo com outras pessoas", referindo que era "este tipo de situações que estava à espera que acabassem no partido, mais que não fosse pelo resultado que aconteceu nas últimas eleições".."Era mais um sinal e sintomas que as coisas tinham de alterar e nada melhor que um congresso logo após os resultados que houve, 49 contra 51% para que esta liderança quisesse dar um sinal de mudança", frisou..Quanto ao congresso, o social-democrata do Funchal disse esperar que "seja uma reviravolta na forma de pensar das pessoas", considerado que o "que vai estar em jogo é o presidente do partido tentar reforçar a sua imagem depois do resultado das últimas eleições, que foi muito escasso"..Segundo Pedro Calado, "aquilo que as pessoas verdadeiramente estão à espera é uma verdadeira mudança dentro do partido, que não se dá com este tipo de atitudes"..Considerou ser preciso "uma mudança em termos de mentalidade e das pessoas perceberem que o partido em vez de se fechar como está hoje, e por incrível que pareça, mais uma vez se fecha à comunicação social e a toda a gente lá fora, em vez de estar aberto".."Há que compreender de uma vez por todas que este partido precisa de um novo rumo, mas completamente aberto a toda a população para ouvir opiniões, diferenças de opiniões, saber respeitar a diferença, outro tipo de mentalidades e caminhar num sentido que não é este que estamos aqui a ver", defendeu..O PSD-Madeira realiza este fim de semana o XIV congresso regional, que vai confirmar a reeleições do líder Alberto João Jardim, no qual participam 450 delegados e 300 observadores convidados, estando prevista a presença do responsável nacional do partido, Pedro Passos Coelho, no encerramento.