Rafael Nadal emociona-se ao ganhar US Open. "Cada vitória pode ser a última"

Rafael Nadal chorou após ter derrotado o russo Daniil Medvedev na final do US Open, ao ver um vídeo com excertos de cada uma das 19 vitórias do Grand Slam. O espanhol aproximou-se dos 20 títulos de Roger Federer.
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Num Arthur Ashe Stadium com lotação esgotada, o número dois mundial, de 33 anos, superou o jovem moscovita, de 23, em cinco 'sets', pelos parciais de 7-5, 6-3, 5-7, 4-6 e 6-4, em quatro horas e 51 minutos, naquele que foi o segundo encontro entre ambos, após a vitória do espanhol na final do Masters 1.000 de Montreal.

No final, a organização transmitiu um vídeo com excertos de cada um dos 19 títulos do Grand Slam (os quatro principais torneios de ténis, Roland Garros, Wimbledon, Austrália, US Open) e o atleta de 33 anos, que tem um currículo também carregado de lesões, emocionou-se.

"Ver todas as coisas pelas quais passei, poder ainda estar aqui, é tudo muito especial para mim. Passei por tempos difíceis, especialmente físicos. Quando se tem problemas físicos, o mental torna-se mais difícil. Durante a minha carreira nunca soube se cada vitória é uma das últimas oportunidades e sempre a vivi dessa forma."

Sobre a forma como reagiu à vitória, explicou: "Talvez com o azar que tive por causa das lesões, também me fez valorizar cada momento bom."

Mais tarde, aos jornalistas, afirmou em tom bem humorado: "Estou velho."

Apesar de nunca ter jogado anteriormente uma final do Grand Slam, Medvedev foi quem entrou melhor no encontro e fez o 'break' no terceiro jogo do 'set' inaugural para ganhar alguma vantagem (2-1). Nadal, que já havia vencido em 2010, 2013 e 2017, não se deixou intimidar e devolveu de imediato a quebra de serviço.

A igualdade no marcador manteve-se até ao 10.º jogo, quando o espanhol serviu para o 6-5 e dispôs de dois 'set points' no serviço do adversário. Falhou a concretização do primeiro, mas não desperdiçou o segundo e fechou o primeiro parcial por 7-5.

Na segunda partida, depois de quatro pontos de 'break' no quarto jogo, não convertidos, Nadal quebrou o serviço do moscovita no sexto jogo (4-2). Mais confortável no 'court' e no duelo com o adversário, 10 anos mais novo, confirmou o seu jogo de serviço e a vantagem, conseguindo fechar a contenda por 6-3.

Obrigado a não perder o terceiro 'set' para prolongar a discussão pelo título, Medvedev continuou a insistir num jogo variado e numa atitude combativa, mas não foi capaz de evitar um ponto de 'break' a favor do maiorquino no quinto jogo e ficou novamente em desvantagem (2-3).

Dotado de um espírito de sobrevivência, em mais uma tentativa para tentar contrariar o favoritismo e superioridade do adversário, o russo, jogador com mais vitórias esta época (50), devolveu o 'break' de imediato (3-3) e passou para a frente, ao confirmar o seu jogo de serviço (4-3).

Ao nono jogo, Nadal teve dois pontos de 'break' e falhou um 'smash' que lhe teria dado o 5-4 e, ao 12.º, foi o russo, já a liderar por 6-5, a dispor de três 'set points', com um 0-40, e a aproveitar o segundo, fechando o parcial com 7-5.

A quarta partida também foi equilibrada e muito disputada, com Medvedev a ter um 'set point' no 10.º jogo, que converteu, para igualar a contenda a dois 'sets'.

No parcial de todas as decisões, o 'break' surgiu ao quinto jogo e no saldo de Rafael Nadal. Recuperada a liderança mais uma vez, o espanhol quebrou novamente o serviço do adversário e adiantou-se para 5-2.

O encontro parecia resolvido, mas Medvedev não desistiu e quebrou o serviço a Nadal no oitavo jogo, ajudado por uma dupla falta do espanhol, após ser penalizado, pela segunda vez, com violação de tempo.

No jogo seguinte, o espanhol teve dois 'match points', mas Medvedev segurou o seu serviço e reduziu para 5-4. Novamente no serviço, Nadal não desperdiçou, desta vez, a ocasião e, após enfrentar um 'ponto de break', fez o 6-4 nas vantagens.

Graças à quarta vitória no US Open, segundo 'major' conquistado esta temporada, após o 12.º título em Roland Garros, o maiorquino aproxima-se do sérvio Novak Djokovic na hierarquia mundial e reacende a luta pelo número um mundial.

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