Unicef pede 65 milhões de euros para apoiar refugiados rohingya
A Unicef pediu esta segunda-feira à comunidade internacional 76,1 milhões de dólares (quase 65 milhões de euros) para apoiar os mais de 500 mil refugiados da minoria rohingya no Bangladesh, um valor dez vezes superior ao pedido há um mês.
"É a escalada desta crise humanitária que nos obriga a pedir este montante elevado", disse à agência noticiosa espanhola, Efe, Jean-Jacques Simon, diretor de comunicação da Unicef, organismo das Nações Unidas para a infância.
O responsável indicou que os fundos serão utilizados para dar resposta a um total de 1,2 milhões de rohingyas, entre os quais se encontram 720 mil menores.
"Alguns já estavam aqui antes, outros acabam de chegar e também consideramos (...) os que estão por vir", disse.
Além de medicamentos, alimentos e abrigo, a Unicef procura garantir as necessidades educativas dos milhares de menores rohingya que se encontram em campos de refugiados em território bengali, depois de terem fugido da violência do exército na Birmânia.
"Nos próximos meses queremos construir mais 1.300 centros de aprendizagem para um máximo de 200 mil criança, o que é muito importante para que as crianças vejam uma luz num futuro próximo", explicou Simon.
Mais de meio milhão de rohingyas chegaram ao Bangladesh desde 25 de agosto, fugindo da onda de violência na Birmânia (Myanmar), segundo a Organização das Nações Unidas. Destes, mais de 60% são menores, alertou a Unicef.
O êxodo dos rohingya foi desencadeado por um ataque por parte de um grupo rebelde desta minoria contra postos policiais e militares da Birmânia.
Em resposta, o exército birmano lançou uma campanha militar que foi classificada pelo alto comissariado da ONU para os Direitos Humanos como uma "limpeza étnica".