Umberto Bossi investigado por desvio de fundos públicos

A justiça italiana abriu um inquérito por desvio de fundos públicos contra Umberto Bossi, fundador da Liga do Norte e até recentemente líder incontestado deste movimento populista, indicaram hoje os "media" italianos.
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Umberto Bossi é suspeito de fraude por ter utilizado para fins privados dinheiro que a Liga do Norte obteve como reembolso de subvenções eleitorais.

Dois dos filhos de Umberto Bossi, Riccardo e Renzo, também são suspeitos no âmbito desta investigação de "apropriação ilícita" de dinheiros do partido.

O ex-tesoureiro do partido Francesco Belsito também é visado na investigação, bem como o senador da Liga do Norte, Piergiorgio Stiffoni.

Há vários meses que a Liga do Norte é protagonista de um escândalo sobre utilização de fundos públicos obtidos sob a forma de reembolso de subvenções eleitorais por Umberto Bossi e próximos deste, denominado "o círculo mágico".

Segundo escutas telefónicas e testemunhas citadas pelos «media» há semanas, Umberto Bossi bem como Renzo, Riccardo e outros próximos do fundador da Liga, incluindo a mulher, terão utilizado dinheiro público para financiar despesas privadas, designadamente renovações de casas, pagamento de escolas, aluguer de veículos de luxo e tratamentos dentários.

A Liga do Norte, movimento autonomista do qual Bossi foi o principal fundador, apresentou-se sempre como uma campeã dos interesses de milhares de pequenos empresários do norte de Itália e da luta anticorrupção face ao poder central de "Roma, a gatuna".

O escândalo, que começou em janeiro, levou já às demissões de Francesco Belsito e Renzo Bossi, que era conselheiro regional, ou a expulsão de Rosy Mauro, vice-presidente do Senado.

Umberto Bossi foi forçado a demitir-se em abril da direção operacional do partido e assumiu o cargo honorífico de presidente, enquanto aguarda pelo congresso, previsto para finais de junho e que deverá levar ao poder o ex-ministro do Interior Roberto Maroni.

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