Uma viagem através do Museu do Louvre

Francofonia, Aleksandr Sokurov
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Desta vez trabalhando a partir de uma encomenda do Louvre, Aleksandr Sokurov volta a mostrar o seu fascínio pelos espaços dos museus - recordemos esse filme único que é A Arca Russa (2002), sobre o Hermitage, em São Petersburgo.

Assumindo-se (e mostrando-se) como narrador do seu filme, o cineasta vai elaborando uma textura narrativa - apetece dizer: uma instalação de diversos materiais - em que a evocação da vida do Louvre durante a ocupação nazi adquire um peso decisivo. Mais do que isso: algumas personagens figuradas nos quadros do Louvre ganham vida e surgem representadas por actores (com destaque para o garboso Napoleão que gosta de contemplar as pinturas e dizer "sou eu").

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Combinando a sua própria encenação com materiais de arquivo, oscilando entre a anedota histórica e a reflexão filosófica sobre a preservação do património artístico, Sokurov constrói um filme de estranha e envolvente felicidade em que qualquer fronteira entre documentário e ficção não passa de um pormenor sem importância.

Classificação: ****

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