Uma semana após os atentados há três terroristas ainda por identificar

Pelo menos um dos responsáveis pela morte de 129 pessoas em Paris, Salah Abdeslam, continua em fuga. Mas pode haver mais
Publicado a
Atualizado a

Franceses, com idades entre os 20 e os 31 anos, que viviam ou já tinham passado por Molenbeek, em Bruxelas. Alguns tinham no currículo treino na Síria. Este é o retrato de cinco dos terroristas responsáveis pelos ataques de 13 de novembro em Paris cujos nomes já foram divulgados pelas autoridades francesas. Mas uma semana depois dos ataques que fizeram 129 mortos, a polícia continua sem identificar (ou sem revelar a identidade) de pelo menos três terroristas. Um deles, Salah Abdeslam continua em fuga.

Foi em nome de Salah, francês nascido em Bruxelas, que foram alugados dois quartos num hotel em Alberville e dois dos veículos usados nos ataques. O jovem de 26 anos fazia parte do comando que atacou vários restaurantes dos X e XI bairros, do qual fazia também parte o irmão, Brahim. Francês residente na Bélgica, de 31 anos, fez-se explodir junto a um café na Avenida Voltaire, ferindo gravemente uma pessoa. Foi em seu nome que o terceiro carro foi alugado. O terceiro elemento deste comando continua por identificar, com as autoridades a verificar se seria o cérebro dos ataques, Abdelhamid Abaaoud, morto na operação em Saint-Denis. Ou se também está em fuga.

Salah conseguiu sair de Paris no dia a seguir aos ataques. Segundo dois amigos que estão detidos na Bélgica, terá pedido ajuda alegando que o carro tinha avariado. Na viagem até Bruxelas, passaram por três controlos policiais. Mas as autoridades ainda não tinham lançado o alerta com o seu nome e não foi travado. Os franceses já efetuaram, na última semana, mais de 600 buscas, que resultaram em 414 detenções (60 para interrogatório e 157 prisões domiciliárias). Foram apreendidas 705 armas, 11 delas de guerra.

Stade de France

Dois dos três kamikaze que se fizeram explodir junto ao estádio onde decorria o jogo amigável entre França e Alemanha continuam por identificar. Só a identidade de Bilal Hadfi, de 20 anos, foi divulgada. "Tinha a impressão de que ele ia explodir um dia", disse ao jornal La Libre Belgique a mãe do jovem descrito como "tímido e amigável". Estava na mira das autoridades belgas depois de ter viajado no início do ano para a Síria - dois mil europeus já fizeram essa viagem, segundo a Europol.

Junto a um segundo suicida foi encontrado um passaporte sírio em nome de Ahmad Al-Mohammad - um soldado do regime de Bashar al-Assad morto há vários meses. Alegadamente há uma dezena de passaportes falsos com o mesmo nome e as autoridades pediram ajuda na terça-feira para identificar o terrorista. As impressões digitais provam que entrou na Europa através da Grécia, com os refugiados.

O terceiro comando de terroristas, responsáveis pelo ataque ao Bataclan, também era formado por três pessoas que morreram após serem ativados os cintos de explosivos - um deles após ser atingido por uma bala disparada pela polícia.

O francês Omar Ismaïl Mostefaï, filho de mãe portuguesa e pai argelino, foi o primeiro a ser identificado, graças à impressão digital de um dedo encontrado no Bataclan. Tinha 29 anos e um longo cadastro, tendo sido condenado oito vezes entre 2004 e 2010 por crimes menores sem nunca ter sido detido. Sinalizado por radicalização nesse mesmo ano, esteve na Síria em 2013. Na mesma altura, Samy Amimour, um francês de 28 anos que já tinha ficha por terrorismo desde 2012, fazia a mesma viagem. Em Paris tinha trabalhado como motorista dos autocarros municipais. O terceiro terrorista ainda não foi identificado.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt