Uma orquestra toca na fachada do Palácio de Queluz

É com um concerto virtual em "videomapping" que o palácio comemora o fim da campanha de restauro que devolveu o azul à sua fachada
Publicado a
Atualizado a

Quem passa na estrada já se apercebeu da cor azul cobalto - que é na realidade a sua cor original - que reveste o Palácio Nacional de Queluz desde 2015. Entre hoje e domingo, porém, quem ali passa poderá ficar intrigado com a música que dali sairá, a par das luzes coloridas que animarão o palácio visto do terreiro, onde está a estátua de D. Maria.

Trata-se de Regresso ao Palácio - A Viagem Concerto, um concerto virtual feito em videomapping. Manuel Baptista, administrador da Parques de Sintra, que tem a gestão do palácio, avisa que nunca antes viramos nada assim. E, de facto, é difícil pensar numa visão semelhante à dos músicos da orquestra de câmara barroca Divino Sospiro a posicionarem-se na fachada do palácio, para logo de seguida aparecer o maestro Massimo Mazzeo, e, por fim, tocarem a música de Händel, Boccherini e Mozart.

O concerto virtual, de entrada livre e que entre hoje e domingo pode ser visto às 19.00, 21.00 e 22.30, celebra a conclusão da primeira campanha de obras de restauro que devolveu ao Palácio Nacional de Queluz o seu azul original, um projeto de 2012 que começou a ser concretizado em 2015 e terminou em 2016.

[artigo:4439495]

A ideia de fazer um concerto virtual, explica Nuno Maya, do ateliê OCUBO, que concebeu e criou o espetáculo de videomapping, surgiu para "tirar partido das muitas mais salas" do palácio. "Começamos no concerto e somos levados numa viagem pelo tempo, através de um portal, como a Alice que cai no túnel. Leva-nos aos anos 1700 e vemos o palácio no seu esplendor com o rei, a rainha..." Alternamos entre um baile e de novo a orquestra em fundo azul, nossa contemporânea; estamos no quarto do rei ou de novo lá fora, no terreiro.

Na campanha que devolveu o azul ao palácio restauraram-se as cantarias, os vãos e as fachadas de todo o palácio. Levou-se ainda a cabo a recuperação das coberturas da Sala de Jantar, do Pavilhão D. Maria, e do Pavilhão Robillon, cujos pisos térreos foram adaptados para a existência da cafetaria, do auditório e da sala de eventos, recorda ao DN Vanessa Ferreira, diretora técnica para o património construído da Parques de Sintra. "Acabámos as grandes intervenções no exterior. Agora vamos avançar para o restauro do interior do palácio. A Sala dos Embaixadores será a primeira", avançou.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt