Uma em cada cinco raparigas com idades entre os 13 e os 18 anos toma tranquilizantes ou sedativos, a maioria com prescrição médica, uma realidade que está a preocupar as autoridades de saúde..Estes dados foram divulgados hoje, durante a apresentação do "Estudo sobre os Consumos de Álcool, Tabaco, Drogas e outros Comportamentos Aditivos e Dependências-2015", do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências (SICAD)..De acordo com Fernanda Feijão, autora do estudo, importa perceber "como é que há uma percentagem tão elevada de raparigas a precisar de medicamentos"..[artigo:3498907].A responsável indicou que este é um indicador em que "costumamos estar acima da média europeia"..Manuel Cardoso, subdiretor geral do SICAD, explicou aos jornalistas que ainda não há uma explicação para estes consumos, mas considerou que 20% "é um valor muitíssimo alto" e que esta "questão tem de ser estudada"..Para Fernanda Feijão, "há um problema no feminino que deve ser investigado e sobre o qual a saúde se deve debruçar"..Este problema no feminino estende-se a outras áreas, como o consumo de bebidas alcoólicas, em que as raparigas levam a dianteira sobre os rapazes, no que respeita às bebidas espirituosas..O estudo revela que 5,3% dos rapazes, dos 13 aos 18 anos, consome apenas bebidas espirituosas, enquanto mais do dobro das raparigas (11%) o faz..Globalmente, as bebidas mais consumidas no último mês foram as destiladas (31%), seguidas da cerveja (30%) e do vinho (22%)..No entanto, Manuel Cardoso destaca que a percentagem mais elevada de consumo de espirituosas "acontece à custa das raparigas"..Esta é uma "realidade nova", afirmou o responsável do SICAD, sublinhando que as raparigas iniciam este tipo de consumo aos 13 anos, o que se poderá enquadrar no facto de "o crescimento da mulher acontecer mais cedo que o do homem"..O relatório revela ainda que 5% dos jovens com 13 anos já estiveram embriagados alguma vez ao longo da vida e que 3% se embriagaram no último mês (0,8% de raparigas e 2,2% de rapazes)..Apesar destes dados, o SICAD destaca que, nos últimos quatro anos, o consumo de álcool, tabaco e droga tem vindo a descer nas camadas mais jovens, mantendo-se estável ou, em alguns casos, aumentando nos alunos de 18 anos..Exemplo disso é o facto de 10% dos rapazes e 3% das raparigas terem consumido álcool vinte ou mais vezes nos últimos 30 dias..Quanto à droga, o estudo indica que só aumentou a experimentação naquela faixa etária..Ainda entre os jovens de 18 anos se verificou que 10% (cerca de 10 mil jovens) revelaram ser consumidores frequentes de álcool, droga e tabaco..Na opinião de Fernanda Feijão, este é também um grupo de consumidores "que deve ser objeto de especial preocupação".