Um verão português para encantar Locarno

Depois de Cosmos ter enfeitiçado o festival, Locarno acorda para as curtas portuguesas. E aí há uma pequena obra-prima que já venceu em Vila do Conde: <em>Maria do Mar</em>
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Depois de ter sido o herói consensual do Curtas de Vila do Conde, João Rosas e o seu Maria do Mar encantam Locarno. Mogwai e as dores de crescimento de um adolescente português perdido ante a beleza feminina já espalham charme pelas salas cheias deste festival à beira lago. O filme está em competição para o Leopardo de Amanhã, o Pardo di Domani, o prémio da melhor curta. Rosas tem uma vontade brusca e sincera de comunicar com o espectador, coisa rara na nova geração.

Esta é a história de um grupo de amigos que se encontra numa casa de praia em pleno verão. Jovens que falam de relações, de um romantismo perdido. Entre eles está um adolescente, o típico irmão mais novo. Os seus olhos seguem os outros, tentam captar um outro estado, mas essa trajetória passa sempre por observar a rapariga nova, aquela que todos falam. É educação sentimental pura e dura. Depois, há o mar e lições de masculinidade à portuguesa. Mogway, personagem de Gremlins, de Joe Dante, o que lá faz? Ensina-nos que os jovens adultos têm sempre impossibilidade crónica de chegarem à maturidade. Rosas filma isto com uma naturalidade tão desconcertante quanto charmosa. Um filme com a felicidade do verão a irromper sobre a nossa alma. Maria do Mar aí está para a anunciar e confirmar um cineasta que na última curta, Entrecampos, já tinha prometido mundos e fundos. O mundo agora abre-se para ele...

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