Um salto especial: Fafe deixa Neuville mais solto na liderança do Mundial
No mítico salto de Fafe, Thierry Neuville lançou-se para a liderança destacada do Campeonato Mundial de Ralis (WRC). Ontem, o piloto belga da Hyundai juntou à esperada vitória no Rali de Portugal (a sua primeira na prova portuguesa) a conquista de quatro pontos na power state que encerrou a corrida. Resultado? Ultrapassou em grande estilo Sébastien Ogier, passando a encabeçar a classificação geral do WRC, com 19 pontos de vantagem.
A estreia de um piloto belga e da construtora sul-coreana Hyundai na galeria de vencedores do Rali de Portugal já era dada como adquirida à entrada do último dia de prova. Todavia, Thierry Neuville - que partia com 39,8 segundos de vantagem sobre o principal perseguidor, o britânico Elfyn Evans (M-Sport/Ford) - não se contentou com o triunfo (oitavo da sua carreira no WRC, segunda desta temporada).
O piloto belga - que comandou o Rali de Portugal desde o final da PEC 7, na sexta-feira (antes, ainda passaram pela frente Ott Tänak, Hayden Paddon, Dani Sordo e Kris Meeke) - não tirou o pé do acelerador na power stage (classificativa especial que dá pontos adicionais aos cincos primeiros) que encerrou a prova. Aí, na segunda passagem pelo emblemático "salto da pedra sentada" de Fafe, foi 2.º (atrás do finlandês Esapekka Lappi, da Toyota). E além de ter confirmado a conquista de 25 pontos pela vitória no rali - com 40 segundos de avanço sobre Evans e 47,3 de vantagem sobre o finlandês Teemu Suninen (M-Sport/Ford) - juntou-lhe quatro pelo 2.º posto da power stage.
Também aí Neuville ganhou terreno ao francês Sébastien Ogier (M-Sport/Ford), que até aqui liderava o WRC. O gaulês, um dos desistentes de um rali muito acidentado - como Latvala, Tänak, Paddon, Mikkelsen e Meek -, também não conseguiu pontuar na power stage (onde os pilotos que abandonaram podem participar). "Queria conquistar mais pontos na power stage, mas tinha os pneus em mau estado. Mesmo assim tentei e consegui quatro, enquanto o Sébastien não pontuou. Foi uma boa manobra no campeonato", celebrou o piloto belga, na entrevista rápida após o final do rali, prometendo "festa rija" com os portugueses que trabalham na equipa Hyundai. "Estou muito satisfeito porque grande parte do nosso staff é português. Sabemos que foi importante para eles e estamos orgulhosos", sublinhou depois o copiloto Nicolas Gilsoul em conferência de imprensa (citado pela Lusa).
Ora, quanto a portugueses, Armindo Araújo (Hyundai) conservou a posição de melhor piloto nacional - 14.º, à frente de Miguel Barbosa (Skoda), 17.º. "Foi ótimo, foi um rali que nos correu na perfeição", destacou o piloto da Vila das Aves (Santo Tirso), que, a exemplo do que aconteceu com Neuville, usou a prova lusa para saltar para a liderança do Campeonato de Portugal de Ralis.