Um país ambicioso, que tem futuro e a aproveitar o momento

Revista inglesa Monocle elogia em 64 páginas Portugal. O que há para oferecer na hotelaria, moda, design, gastronomia, vinho. E até na política
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Um país que vive entre a tradição e a inovação, e cheio de potencial na arquitetura ou na oferta cultural. Isto sem esquecer o surf e o vinho.

Portugal é a estrela da edição de março da revista inglesa Monocle , que assinala este mês o seu 10.º aniversário e que já realizou eventos no nosso país. Em 64 páginas - das mais de 300 da publicação que é liderada pelo canadiano Tyler Brûlé - é feito um retrato de uma nação que está a sair da crise e que tem futuro, frisam os autores do trabalho.

Neste dossier perde-se a conta aos elogios ao clima, à inovação, à hotelaria e à arte. A política é apresentada com entrevistas ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e ao primeiro-ministro, António Costa. No caso do Presidente, a entrevista até tem um título dado a trocadinhos: "Party Nation". Que podemos traduzir por "Nação de partidos" ou "de festas". E, talvez a pensar nesta última a revista lembra que "toda a gente parece gostar dele", referindo-se, claro, a Marcelo Rebelo de Sousa. Quanto ao papel do país no mundo frisa: "O papel de Portugal é o de ser uma plataforma entre culturas, civilizações, mares."

Para António Costa a questão da geringonça [como é conhecida a coligação do PS com o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista que viabilizou o Governo socialista após as eleições legislativas de outubro de 2015, ganhas pelo PSD sem maioria] e da forma como o governo é apoiado também teve resposta simples: "Em Portugal, a direita sempre esteve unida e a esquerda dividida." Este projeto de governo mostra, agora, o contrário.

Os idolos e os roteiros

Portugal é uma presença assídua nas páginas da revista com sede em Inglaterra - tendo delegações em Nova Iorque, Tóquio, Toronto, Hong Kong, Zurique, Istambul e Singapura, além de correspondentes em vários outros países, incluindo Portugal - e que é vendida em cerca de 60 países. A diferença para a edição do 10.º aniversário é o dossier de 64 páginas onde se destaca o lado positivo do país. E se pode ler uma entrevista do ainda presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, Miguel Frasquilho (vai deixar a liderança da Aicep para ocupar o cargo de chairman da TAP), a garantir que agora é "tempo de investir em Portugal".

É ainda dado destaque a várias empresas nacionais que apostam em vertentes de trabalho inovadoras como a firma de bicicletas Órbita, de Águeda, da corticeira Amorim ou da Vision Box, que em Carnaxide trabalha em tecnologias de reconhecimento facial. Também a comunicação social merece referência com entrevistas a alguns diretores de publicações, incluindo ao diretor do DN, Paulo Baldaia.

Fazendo jus ao seu principal enfoque, a revista tem diversos temas relacionados com o turismo - uma das áreas que reconhece como um dos trunfos do país. Nesta diversidade, onde se inclui a gastronomia, a arquitetura, o design, a moda e a produção e qualidade do vinho, são mostrados dois roteiros: de Lisboa e Grande Lisboa, com destaques para monumentos, bairros e o elétrico 28; e as livrarias da capital, como a Ferin, Ler Devagar, Sá da Costa, Bertrand Chiado. Nas duas páginas é ainda referida "a mais famosa livraria de Portugal": A Lello, no Porto.

Num dossier como este não podia falhar um roteiro de um dia por Lisboa, com destaques para as inúmeras ofertas da cidade. A que juntam três outras razões para visitar Portugal: o Porto; os mercados com produtos do Brasil, Angola e Moçambique e as viagens de carro que se podem fazer na Costa Vicentina, ou as idas à Madeira e Açores.

Não faltam as referências a ícones portugueses: os azulejos, Cristiano Ronaldo, Vinho do Porto, Pastel de Nata, Galo de Barcelos, Cortiça e a Andorinha - frisando que esta foi um símbolo de esperança na década de 1960 e que é um pequeno pássaro que, tal como a diáspora portuguesa, voa para longe mas regressa sempre a casa.

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