Um homem detido pelos atentados de 1974 que fizeram 21 mortos em Birmingham

A detenção do suspeito, de 65 anos, ocorre a poucos dias de se assinalar o 46.º aniversário dos ataques bombistas. Além dos mortos, atentados fizeram 220 feridos.
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Um homem de 65 anos foi detido esta quarta-feira em Belfast, no âmbito de uma investigação sobre os atentados à bomba em dois bares de Birmingham que mataram 21 pessoas em 1974, anunciou a polícia de West Midlands.

O ataque, que teve como alvo os pubs Mulberry Bush e Tavern in the Town, ocorreu em 21 de novembro de 1974, no auge das ações de violência do Exército Republicano Irlandês (IRA, na sigla em inglês) contra as autoridades britânicas na Irlanda do Norte, embora aquela organização nunca tenha assumido a sua responsabilidade.

Uma investigação inicial da polícia de West Midlands resultou na condenação de seis homens a prisão perpétua em 1975, mas os elementos deste grupo, que ficou conhecido como "Birmingham Six", foram inocentados em 1991, após um julgamento que revelou que as suas confissões tinham sido extorquidas pela polícia, que fabricou falsos testemunhos.

A nova detenção hoje anunciada, sob as leis antiterrorismo, faz parte da reabertura de uma investigação iniciada em fevereiro de 2019, para apurar as responsabilidades do Estado e das autoridades públicas, após suspeitas de que a polícia tivera conhecimento dos preparativos para o duplo ataque de 1974.

A polícia está a proceder a buscas na casa do suspeito e prevê interrogá-lo. "O homem foi detido ao abrigo da lei contra o terrorismo e uma busca está a ser realizada à sua casa", indicaram as autoridades em várias mensagens no Twitter. "Será interrogado numa estação de polícia da Irlanda do Norte", acrescentaram.

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Julie Hambleton, cuja irmã Maxine de 18 anos morreu nos atentados, descreveu a detenção como um "momento monumental" na investigação criminal. Disse ter ficado "inconsolável", quando a polícia a informou dos desenvolvimentos.

"É uma notícia bem-vinda. É uma notícia avassaladora. É um progresso tangível", disse ela, mas acrescentou que, aconteça o que acontecer, ainda é necessário um inquérito público completo.

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