Um filme desamparado

"Anjos e Sombras", Declan Dale
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É difícil dizer se Anjos e Sombras teria fôlego para ser um bom filme, mas é possível notar, com toda a certeza, que o resultado não foi o que o seu realizador quis. Com efeito, o pseudónimo Declan Dale, de Gee Malik Linton, é usado como indício de renegação de um trabalho que sofreu expressivas alterações nas mãos dos produtores.

A história de uma mulher que, numa noite, à espera do metro, começa a ter visões de fantasmas, acaba por se transformar num mal-amanhado thriller, com Keanu Reeves a emprestar a figura de cartaz a um detetive que investiga um crime ocorrido nessa noite, na mesma estação do metro. Nos minutos iniciais, há uma breve sugestão de Irreversível (2002), de Gaspar Noé, na caminhada da protagonista (Ana de Armas) ao longo de um túnel que insinua o perigo e a solidão noturna.

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Mas a promessa deste início só dá frutos no final, quando o espectador passou praticamente todo o filme numa compreensão nublada, que fragilmente se sustém pela lógica do suspense... Os propósitos comerciais podem arrasar projetos na mesa de montagem - este é um caso flagrante de desrespeito pelo autor.

Classificação: **

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