Um ano de prisão com pena suspensa para terrorista galego detido ontem

O homem detido ontem no Aeroporto Francisco Sá Carneiro foi hoje condenado por falsificação de documentos. Nos próximos dias irá a tribunal para ser extraditado.
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O alegado terrorista espanhol, membro da "Resistência Galega", detido na quarta-feira, no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na Maia, foi hoje julgado em processo sumário por falsificação de documento e condenado a um ano de prisão com pena suspensa, no Tribunal da Maia, avançou a SIC Notícias.

Hector José Naya Gil, de 33 anos, foi detido na quarta-feira no aeroporto Francisco Sá Carneiro quando tentava embarcar num voo para Caracas (Venezuela), com um passaporte venezuelano falso.

Depois de ter sido interrogado por elementos do Serviço de Estrangeiros e Fronteira (SEF) e pela Polícia Judiciária (PJ), José Naya Gil "Koala" passou a noite nos calabouços anexos à PJ do Porto, tendo chegado hoje, pelas 9:25, ao tribunal da Maia.

Héctor Naya Gil deverá também, nos próximos dias, ser presente ao Tribunal da Relação do Porto para ser extraditado, a fim de cumprir os 11 anos de pena de prisão em Espanha.

De acordo com uma sentença da Audiencia Nacional de 05 de dezembro, que a agência Lusa teve acesso, o galego foi condenado a 11 anos de prisão (5 anos por "participação em organização terrorista" mais seis anos por "colocação de artefactos explosivos com fins terroristas").

Em causa está a detonação de duas bombas junto de antenas de radiotelevisão em Monte Sampaio de Vigo (Pontevedra), em agosto de 2012, e colocação de outras duas (bombas caseiras com quase 1,5 quilos de pólvora e recipientes de gasolina) que não rebentaram.

A detonação dos dois artefactos apenas causou estragos materiais, mas a Audiencia Nacional considerou, na sentença, que o rebentamento das outras duas teria "ocasionado lesões graves, incluindo a morte, a qualquer pessoa que se encontrasse nas suas imediações".

Após o rebentamento das bombas, os dois cúmplices de Héctor reivindicaram o atentado em nome da "Resistência Galega" através de um comunicado enviado às redações dos jornais da região, incluindo o Faro de Vigo, que fez queixa às autoridades.

A Audiencia Nacional deu ainda como provado que, em inícios de setembro de 2012, três meses depois de detonar as bombas em Pontevedra, Héctor Gil e um cúmplice foram de Vigo "até à localidade de Moaña, dirigindo-se à rua em que está a sede do PP [Partido Popular espanhol, atualmente no poder], observando o local e inspecionando as ruas e as vias adjacentes, com o objetivo de realizar um atentado com explosivos".

Pouco depois de ser confirmada a sentença de 05 de dezembro último, Héctor Gil fugiu às autoridades espanholas e a Audiencia Nacional emitiu uma "ordem de captura", disse à Lusa fonte oficial do tribunal.

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