O FC Porto conseguiu uma vitória por 3-0 ontem à noite no Bessa, mas só se alongou no resultado nos últimos dez minutos. O Boavista bateu-se bem até Jorge Simão arriscar nas substituições, porque descompensou completamente a defesa e a ambição de chegar ao empate, legítima da forma como estava a decorrer, acabou a poder ser goleado. A equipa de Sérgio Conceição, que voltou a não sofrer golos (pela sétima vez em dez jogos), volta à primeira posição com dois pontos sobre o Sporting e com uma vitória num campo em que o Benfica já perdeu..Foi um dérbi na verdadeira aceção da palavra, muito tático durante 70 minutos, muito lutado, características impostas por um Boavista bem colocado no campo. Muitas faltas - na época passada o jogo com mais faltas foi um Chaves-FC Porto (0-0) com o mesmo árbitro (Hugo Miguel) e o mesmo treinador na equipa da casa (Jorge Simão estava então nos trasmontanos) e foram mais de 50. Desta vez acabou-se nas 37 (20-17 e dez cartões amarelos) porque o FC Porto marcou no início da 2.ª parte e as coisas a partir daí eram necessariamente diferentes..Foi um dérbi porque houve equilíbrio no jogo, nas oportunidades de golo e na posse de bola. Em quase todos os itens do jogo (no remate o FC Porto foi muito superior) houve esse equilíbrio, o que é um elogio ao Boavista. Melhorou muito em relação ao início do campeonato de todos os pontos de vista e teve um jogo muito conseguido..Com Fábio Espinho próximo de Yusupha (estreia a titular a pedir mais), Jorge Simão procurou desenhar um 4-4-2 que impedisse o FC Porto de construir com facilidade. Conseguiu-o bem na primeira parte, com mais dificuldades na segunda porque o golo do FC Porto obrigou a equipa a outra forma de jogar. Na parte final até tirou um central para meter mais homens na frente e foi aí que Marega fez o segundo golo e Brahimi o terceiro, nos últimos dez minutos..Foi um desafio de luta, de muito corpo a corpo. O FC Porto entrou com o seu 4-4-2 mais visto (com José Sá na baliza...) e na primeira parte só houve uma oportunidade para cada lado - Yusupha de calcanhar a pedir uma defesa de instinto de Sá; um remate de primeira de Corona a sair ao lado..A segunda parte foi diferente com o golo de Aboubakar a abrir: o camaronês fez um túnel a David Simão, deu a Corona que cruzou para o segundo poste, de primeira Brahimi deu para o meio e Aboubakar em carrinho depositou na rede. O FC Porto começava a resolver um problema difícil e mandaria no jogo a partir daí. Mateus e Idris ainda estiveram perto do golo mas os últimos dez minutos deitaram tudo a perder com dois golos e ainda um remate ao poste de Marega. O segundo foi de Marega a passe de Herrera e depois de Brahimi assistido por André André, ambos isolados perante Wagner. Os últimos dez minutos foram de um jogo diferente e deram um resultado que tem pouco a ver com o resto.