"UE pronta para apoiar restauração da democracia na Venezuela"

Bruxelas considera que a via democrática, com a realização de novas eleições, é a saída possível para a crise de poder na Venezuela.
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A União Europeia, através do gabinete da Alta Representante para a Política Externa europeia, fez saber que apoia a restauração da democracia, através de eleições, na Venezuela.

"Da nossa parte, reiterámos o apoio à Assembleia Nacional [da Venezuela]. Tornámos claro qual é o futuro que acreditamos que a Venezuela deve procurar obter", afirmou esta tarde a porta-voz da chefe da diplomacia europeia Federica Mogherini, Maja Kocijancic.

Kocijancic foi amplamente questionada sobre a situação na Venezuela e sobre a perspectiva de um reconhecimento de Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela, como presidente de facto do país.

Reiterando que a UE "continua pronta para apoiar a restauração da democracia e o Estado de Direito na Venezuela", a porta-voz de Mogherini referiu que os europeu apoiam "um processo político credível e pacífico, à luz da Constituição da Venezuela".

Kocijancic disse ainda que Bruxelas está atenta aos desenvolvimentos nas ruas de Caracas onde "houve um claro apelo à democracia e à possibilidade para, livremente, [os venezuelanos] determinarem o próprio destino"

Questionada sobre por que razão a posição da União Europeia não vai além de um apoio à Assembleia Nacional venezuelana, em vez de reconhecer Juan Guaidó como presidente do país, a porta-voz foi evasiva.

"Obviamente é uma história em desenvolvimento. Mas penso, que como União Europeia respondemos com unidade e com um apoio muito rápido, apoiando as forças democráticas no país", afirmou, remetendo para uma declaração escrita, emitida ao final da noite de quarta-feira pela Alta Representante da União Europeia para a Política Externa, Federica Mogherini.

Nessa declaração, Mogherini salientou que "o povo da Venezuela pediu massivamente a democracia e a possibilidade de determinar livremente seu próprio destino", considerando que "essas vozes não podem ser ignoradas". E, por essa razão "a UE apela fortemente ao início de um processo político imediato que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional".

Porém, Mogherini não vai tão longe como foram, por exemplo, os Estados Unidos, que reconheceram Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, como legítimo presidente da Venezuela", ficando-se pelo "apoio" à Assembleia Nacional.

"A UE apoia plenamente a Assembleia Nacional como a instituição democraticamente eleita cujos poderes devem ser restaurados e respeitados", afirmou a Alta Representante na mesma declaração, em que apela ao pleno respeito pelos ""direitos civis, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo o seu Presidente, Juan Guaidó".

"A violência e o uso excessivo da força pelas forças de segurança são completamente inaceitáveis ​​e, com certeza, não resolverão a crise. O povo venezuelano tem o direito de se manifestar pacificamente, escolher livremente os seus líderes e decidir o seu futuro", defendeu.

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