UE prepara-se para receber mais 120 mil migrantes

Presidente da Comissão apresenta plano na próxima semana. Paris e Berlim querem mecanismo "permanente e obrigatório" para acolher refugiados. Governo húngaro mantém oposição.
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Num dia vivido sob o impacto das imagens do corpo de Aylan Kurdi, a criança síria encontrada sem vida nas areias de uma praia turca, em consequência do naufrágio da embarcação em que a família tentava chegar à Grécia, o primeiro-ministro britânico, que se tem mostrado em clara oposição ao acolhimento de migrantes no Reino Unido, afirmou ontem estar "profundamente emocionado como pai" e disposto a cumprir as suas "responsabilidades morais". David Cameron deu assim a entender que Londres poderia rever a posição, que ele próprio expressara na véspera, dizendo que "acolher mais pessoas não é a solução" para o problema.

Nada emotivo, o chefe do governo húngaro, Viktor Orban, mantém que a crise dos migrantes é um "problema da Alemanha" e que não é dever do seu país acolher refugiados.

Para contrariar a oposição da Hungria e o ceticismo britânico, o presidente da Comissão Europeia vai propor medidas que definam regras comuns para todos na matéria. Jean-Claude Juncker irá defender o acolhimento de mais 120 mil migrantes, para responder à massa de refugiados que não cessa de chegar ao espaço da União Europeia (UE) e pretende o estabelecimento de um regime de quotas entre os Estados membros. A proposta será apresentada no discurso que profere na próxima quarta-feira, dia 9, perante o Parlamento Europeu.

O número que Juncker irá propor corresponde ao triplo dos 40 mil refugiados definido em maio, cuja aceitação ficou dependente da opção voluntária dos Estados membros.

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