UE critica detenção de 24 pessoas em raides contra os media na Turquia

Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, do AKP, prometera perseguir aliados do imã Gulen, exilado nos EUA, "nas suas tocas". UE critica operação e diz que ela é contra os valores e os padrões de que a Turquia, como país candidato à adesão, procurada fazer um dia parte
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24 detidos é o balanço de um raide realizado ontem pela polícia turca contra os media que o presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, diz estarem alinhados com um imã que o quer derrubar do poder e vive exilado nos Estados Unidos - Fethullah Gulen. Entre eles há jornalistas, produtores, guionistas e, de acordo com a BBC, até um chefe de polícia do leste da Turquia.

"Deixem que os que cometeram crimes tenham medo. Nós é que não temos medo", dizia ontem o diretor do jornal turco Zaman, o jornalista Ekrem Dumanli, enquanto agentes da polícia à paisana o tentavam conduzir até a uma viatura, em Istambul. Pelo caminho, segundo noticiou a agência Reuters, centenas de pessoas gritavam palavras de ordem como: "A imprensa livre não pode ser silenciada" ou "A Turquia tem orgulho em ti". A redação do jornal indicou que já esperava o raide porque um utilizador do Twitter chamado Fuat Avni - que no passado já divulgou detalhes de operações policiais - tinha alertado para o mesmo.

Noutro raide da polícia turca, também em Istambul, foi detido o presidente da televisão Samanyolu Hidayet Karaca. "Isto é uma desgraça para a Turquia. Infelizmente, em pleno século XXI este é o tratamento que dão a um grupo de media que tem dezenas de televisões, estações de rádio, sites de internet e revistas", afirmou, segundo uma notícia publicada pelo Zaman e citada pelo site da BBC. O líder do Partido Republicano do Povo (a maior força da oposição na Turquia), Kemal Kiliçdaroglu, denunciou "um golpe do governo contra a nossa democracia".

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