Ucrânia pede ajuda ilimitada à NATO e avisa para "ameaça real" de ataque químico

Um mês depois da invasão russa, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelesnky, exigiu que a NATO "salve" o país com toda a ajuda militar possível para que, além de defender, seja possível atacar.

Num discurso em vídeo, o Zelensky disse aos líderes da NATO que a Rússia tinha lançado bombas de fósforo sobre a Ucrânia, juntamente com bombardeamentos indiscriminados de civis. "Um mês de resistência heroica e de sofrimento mais negro", disse aos líderes, incluindo o presidente dos EUA, Joe Biden, na primeira das três cimeiras de Bruxelas que estavam a apertar mais as sanções contra a Rússia.

"Para salvar as pessoas e as nossas cidades, a Ucrânia precisa de assistência militar sem restrições", disse Zelensky. "Da mesma forma que a Rússia está a utilizar todo o seu arsenal sem restrições contra nós". Os ataques russos de longo alcance contra a cidade oriental de Kharkiv mataram pelo menos seis civis e feriram mais de uma dúzia, disseram as autoridades ucranianas. Pelo menos quatro pessoas, incluindo duas crianças, foram mortas em greves noutros locais do leste, disse o governador de Lugansk, Sergiy Gayday, acusando as forças russas de utilizar bombas de fósforo na aldeia de Rubizhne.

O próprio Volodymyr Zelensky acusou a Rússia do uso destas armas, que causam queimaduras, com Boris Johnson a dizer que "Vladimir Putin já atravessou a linha vermelha para a barbárie". O presidente da Ucrânia reforçou que existe uma "ameaça real" do uso de armas químicas na Ucrânia por parte Moscovo. "A ameaça de utilização em grande escala pela Rússia de armas químicas no território da Ucrânia é real", disse.

Na declaração, Zelensky pediu à NATO um reforço de meios, nomeadamente aviões de combate, sistemas de defesa antimíssil, tanques, carros blindados e mísseis antinavios, que os Estados Unidos defenderam ser necessário reforçar. Além disso, os EUA enviaram também mais mil milhões de dólares em ajuda humanitária, oferecendo-se para acolher 100 mil refugiados.

No lançamento das cimeiras da NATO, G7 e da União Europeia, Zelensky afirmou que "nestas três cimeiras, vamos ver quem é um amigo, quem é um parceiro e quem nos traiu por dinheiro".

Os membros da NATO têm enviado armas para a Ucrânia, incluindo mísseis antitanque para as forças armadas da Ucrânia, que têm ajudado a atrasar o avanço da Rússia. Mas estas são vistas como sendo essencialmente defensivas.

Esta quinta-feira, a marinha ucraniana revelou ter afundado um navio russo no Mar de Azov, perto de Mariupol. Vídeos amadores que começaram a circular mostravam uma coluna de fumo a sair de um navio atracado no local, cuja veracidade não pôde ser confirmada.