Turquia trava passagem de migrantes para a Grécia
A guarda-costeira turca impediu ontem dois grupos de migrantes, num total de 181 pessoas, de deixarem águas territoriais deste país numa tentativa de chegarem às ilhas gregas de Chios e Lesbos.
A intervenção daquela força naval turca sucedeu a pouco mais de 24 horas de entrada em vigor de uma decisão da União Europeia (UE) de não permitir a entrada no território dos países membros de migrantes provenientes da Turquia.
A medida entra em vigor na segunda-feira e implica, além do retorno de todos os migrantes e refugiados entrados de forma ilegal no espaço da UE após 20 de março, o regresso forçado a território turco de todos aqueles que tentem chegar à Grécia e países limítrofes da Turquia. Em troca, as autoridades de Ancara vão receber uma importante ajuda financeira e beneficiar de certos avanços políticos na questão do processo de adesão à UE.
Segundo uma reportagem da CNN Turquia, estavam erguidas ou em vias de o serem estruturas em vários pontos da costa turca para acolherem os migrantes regressados. Um texto da agência Reuters sugeria que aquelas estruturas de apoio poderiam revelar-se insuficientes em caso de grande afluxo de pessoas.
O presidente da Câmara de Dikili, Mustafa Tosun, onde foi erguido um daqueles centros, declarou à reportagem da Reuters que as autoridades apenas tinham enviado dois funcionários para verificarem a identidade dos refugiados e exigiu mais apoio do governo de Ancara.
Dos migrantes ontem impedidos de prosseguir viagem para a Grécia, um primeiro grupo era formado por 118 pessoas, maioritariamente sírios, eritreus, libaneses e iranianos, enquanto o segundo grupo, constituído por 63 elementos, era composto por sírios e palestinianos.
Apesar das medidas que entram vigor na segunda-feira, os migrantes continuam a tentar chegar a território grego. Segundo a Reuters, na semana agora finda, 1900 chegaram às ilhas gregas para um total de 5622 registadas desde 20 de março.