Turquia quer apoio da Interpol na detenção de basquetebolista Enes Kanter

Jogador dos New York Knicks, da NBA, tem manifestado o apoio a Fethulah Gullen, opositor ao regime do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que o acusa de ser o mentor da tentativa de golpe de estado em 2016
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As autoridades turcas querem pedir à Interpol a detenção do basquetebolista turco Enes Kanter, dos New York Knicks, a quem acusam de pertencer a uma "organização terrorista", indica esta terça-feira a agência de imprensa turca Anadolu.

O jogador, de 26 anos, tem manifestado publicamente o seu apoio a Fethulah Gullen, opositor ao regime do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que o acusa de ser o mentor da tentativa de golpe de estado em 2016.

A procuradoria de Istambul prepara um pedido de extradição de Kanter, assim como o pedido à Interpol de um mandado de captura do jogador da Liga norte-americana de basquetebol (NBA), tendo feito chegar os documentos necessários às entidades em Ancara, refere ainda a agência noticiosa.

A Turquia já revogou em 2017 o passaporte de Enes Kanter e emitiu um mandado de prisão para o basquetebolista, que viu o seu pai, Mehmet, ser detido provisoriamente.

O pai foi acusado em 2018 de pertencer a grupo terrorista, na sequência do golpe militar falhado de 2016, mesmo que este já se tenha afastado das crenças do filho.

Em 5 de janeiro, o jogador anunciou que iria falhar o jogo dos New York Knicks frente aos Washington Wizards, em Londres, na quinta-feira, por receio de represálias, face à sua oposição ao regime de Erdogan.

"Infelizmente, não vou por causa daquele lunático, o presidente turco", disse então Enes Kanter.

Segundo o atleta, a intenção de "ajudar a equipa a ganhar" esbarra no receio de "um homem lunático, maníaco, um ditador", mantendo as críticas que tem feito a Erdogan ao longo dos últimos anos, incluindo ter-lhe chamado "o Hitler do século XXI".

O presidente da Federação turca de basquetebol, Hidayet Turkoglu, igualmente conselheiro do presidente turco, qualificou as palavras de Kanter como "difamatórias" contra a Turquia.

Desde os incidentes em julho de 2016, numa tentativa de ação de alguns militares, inúmeros opositores ao regime de Erdogan foram detidos.

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