Turcomenos: uma etnia milenar e hospitaleira
Os turcomenos estão espalhados por diferentes países da Ásia Central, Irão, Iraque, Paquistão, Cáucaso e Turquia, além de serem maioritários na república do Turcomenistão, cuja capital é Ashgabat e que integrou a URSS até 1991.
Povo turcófono, a sua cultura e linguagem está ligada à cultura e linguagem turca, sendo também, por vezes, designados como turcomanos.
Na generalidade dos países onde estão fixados são vistos como minoria, sendo bastante distinto o estatuto que lhes é atribuído em cada Estado, vivendo em alguns deles ainda como comunidades seminómadas.
Mantêm tradições culturais e sociais uniformes, ainda que cada tribo ou clã possua dialetos próprios e trajes tradicionais específicos. Um dos elementos unificadores nesta etnia é a sua relação com equídeos, que criam desde há mais de mil anos. São também reconhecidos na arte das tapeçarias e algumas das suas principais festividades tomam como pretexto plantas como a abóbora ou frutos, como o melão. No Turcomenistão existe um Dia Nacional do Melão, celebrado no segundo domingo de agosto. Uma síntese do modo de vida deste povo particularmente hospitaleiro encontra-se nos versos: "A água é a vida do turcomeno/o cavalo as suas asas/os tapetes revelam a sua alma".
No que respeita ao conflito na Síria, os turcomenos foram discriminados negativamente desde os tempos de Hafez al-Assad, o pai do atual presidente, que dirigiu o país desde até 1971 até 2000, quando Bachar lhe sucedeu. A população turcomena (de que não existe estimativa fiável do seu número no país) foi impedida de escrever, publicar ou falar em públicos nos seus dialetos.
Por aquele motivo e em resultado dos equilíbrios geoestratégicos na região, grupos políticos turcomenos envolveram-se desde o início na resistência ao regime de Bachar al-Assad. Há várias milícias ativas, em especial no Noroeste do país, que são apoiadas e treinadas pelas autoridades turcas.
O The New York Times escrevia no início da semana que milícias turcomenas estão também envolvidas em operações ao lado de unidades curdas, em especial na área de Kobane e a combater o Estado Islâmico.
Os turcomenos são predominantemente muçulmanos, ainda que no Turcomenistão e no Cáucaso existam pequenos grupos convertidos ao cristianismo ortodoxo.