Tudo como planeado: leão decidiu cedo e pensou em Guimarães
Na segunda noite europeia deste Sporting na Liga dos Campeões os leões conseguiram a primeira vitória. E, diga-se, até estiveram pior do que na primeira jornada frente ao Real Madrid, quando mereciam bem melhor do que morrer na praia. O adversário de ontem em Alvalade, no entanto, era bem mais limitado e não foi preciso sofrer muito. Aliás, nem se sentiu a falta do castigado Jorge Jesus no banco; Raul José foi mais do que suficiente...
Tal como prometera na véspera, o treinador leonino não poupou nenhuma das peças principais para o difícil encontro do próximo sábado em Guimarães, para o campeonato. Pelo contrário, o onze habitual tinha ordens claras para tentar decidir a partida quanto antes, para depois sim colocar a cabeça no jogo da Cidade Berço. É verdade, contudo, que até foi o Legia que entrou melhor, determinado, mas foi sol de pouca dura.
Os leões, a partir dos dez minutos, tomaram por completo conta do jogo e passou a adivinhar-se o golo a qualquer momento. Gelson teve a primeira oportunidade clara aos 17", mas acertou na trave com a baliza aberta. Era o primeiro aviso claro do Sporting, que dominava o meio-campo e insistia no ataque pelas alas, e aos 28" traduziu em golo o total domínio em campo, com Bryan Ruiz a aproveitar um desvio de cabeça de um defesa polaco para empurrar para dentro da baliza de pé direito.
Uma vantagem totalmente merecida, até porque o Legia era completamente inofensivo. O Sporting raramente deixava os polacos passar o meio-campo e quando estes o faziam a defesa portuguesa anulava facilmente os ataques. Pior ficou o Legia quando aos 37" Adrien descobriu Bas Dost a isolar-se e colocou-lhe a bola com régua e esquadro - o holandês fez o que sabe fazer melhor: marcar.
Foi com dois golos de vantagem que o Sporting chegou ao intervalo, mas podiam ter sido outros tantos. Os verde e brancos provaram a sua clara superioridade em 45 minutos, tal como até o treinador do Legia previu na sua conferência de antevisão. Era um Sporting com mais posse de bola, com mais oportunidades de golo e acima de tudo um leão com uma enorme personalidade. Foi isto tudo no primeiro tempo. E só não foi mais na segunda parte por mera opção.
Este era, de facto, o jogo que Jorge Jesus pretendia. Resolver cedo para gerir depois. E foi isso que o Sporting acabou por fazer nos derradeiros 45 minutos. Deu mais bola ao Legia, que na etapa complementar foi mais perigoso, e jogou em ritmo mais lento, procurando claramente não se desgastar para a partida do próximo sábado em Guimarães. Tudo pensado ao pormenor.
Jorge Jesus ainda demorou a fazer alterações, sobretudo devido ao maior poder ofensivo demonstrado pelos polacos, mas quando faltavam cerca 20 minutos para o fim o técnico percebeu que a partida estava na mão e aí começou a fazer descansar algumas das peças principais. Mesmo mais perigoso, o Legia não conseguia acertar com a baliza de Rui Patrício. Teve um par de ocasiões para marcar, mas o guarda-redes do Sporting acabou por nem ter o trabalho de defender, pois os polacos nem na baliza acertavam quando pela frente só tinham mesmo o internacional português.
Acabou assim por ser uma vitória bastante tranquila dos leões, que nem precisaram de suar para garantir os primeiros três pontos na edição deste ano da Liga dos Campeões, cumprindo a obrigação frente ao Legia e mantendo assim o sonho dos oitavos-de-final.