O líder parlamentar socialista afirmou hoje que se a descida da Taxa Social Única (TSU) for chumbada na quarta-feira, o Governo procurará uma alternativa com os parceiros políticos da esquerda e com os parceiros sociais..Carlos César assumiu esta posição perante os jornalistas, no final de uma reunião com o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, na Assembleia da República..Em relação à possibilidade de a medida acordada pelo Governo de descer a TSU dos empregadores em 1,25 pontos percentuais cair na quarta-feira, no parlamento, o presidente do PS admitiu que, se esse cenário se confirmar, cabe ao executivo respeitar a decisão maioritária da Assembleia da República.."Se a decisão for a de terminar a solução adotada de diminuir a TSU, o Governo certamente, em diálogo com os parceiros parlamentares que o apoiam e com os parceiros sociais, encontrará uma solução que dê também aos nossos empresários confiança e estímulo para a sua dinamização económica", respondeu o presidente do grupo parlamentar do PS..Confrontado com as propostas alternativas apresentadas pelo Bloco de Esquerda para compensar sobretudo as pequenas e médias empresas pela não aplicação da descida da TSU, como a redução dos custos da energia para as empresas ou uma diminuição dos pagamentos especiais por conta, Carlos César não se vinculou a qualquer uma delas e até admitiu dificuldades no que respeita a uma maior redução da fatura energética..Carlos César começou por admitir que "há áreas em que é possível avançar mais nesta fase e outras em que não é possível avançar tanto".."Talvez no caso da fatura energética não seja possível agora dar um passo significativo. Vamos aguardar a decisão da Assembleia da República e, depois, o Governo assumirá as suas responsabilidades", insistiu..Perante os jornalistas, o presidente do PS defendeu a tese de que só há polémica em torno da descida da TSU para os empregadores "por uma boa razão para centenas de milhares de portugueses".."Estamos aqui a falar porque o Governo do PS aumentou o salário mínimo nacional [para 557 euros], porque fizemos algo que não aconteceria se tivéssemos um executivo do PSD e do CDS-PP. Portanto, o que de bom resulta deste processo é a decisão do Governo do PS de aumentar o salário mínimo, melhorando a vida de milhares e milhares de famílias em Portugal", alegou o líder da bancada socialista..Em relação à descida da TSU como compensação pelo aumento do salário mínimo, o presidente do grupo parlamentar do PS considerou que "é importante mobilizar os empregadores e as empresas para as suas responsabilidades sociais".."É importante transmitir aos nossos empresários, sobretudo aos das pequenas empresas com maiores dificuldades na sua adequação a um novo nível de despesa salarial, a confiança do Estado nessa sua nova conduta em termos de responsabilidade social", alegou também Carlos César..O presidente do PS advogou ainda que se verifica neste momento uma fase de "alguma densidade" por parte da comunicação social e de algum "alarido" por parte dos partidos políticos, com "extrapolações para a situação de estabilidade política em Portugal".."Uma situação de estabilidade política sucessivamente confirmada. Mas, a verdade, é que só estamos aqui a discutir tudo isto por uma excelente e belíssima razão, que foi a decisão do Governo de aumentar salário mínimo nacional", frisou o líder da bancada socialista.