Trump soma 3.ª vitória e chega imparável à superterça-feira

Milionário venceu os caucus republicanos do Nevada, deixando Rubio e Cruz a mais de 20 pontos de distância.
Publicado a
Atualizado a

Apostar na vitória de Donald Trump na corrida à nomeação republicana para as presidenciais de 8 de novembro nos EUA já foi um bom negócio. Até porque as hipóteses do magnata nas casas de apostas inglesas (as rainhas destas coisas) chegaram a prometer 200 libras por cada libra investida. Agora, depois de Trump ganhar no terceiro estado consecutivo, a William Hill and Betway, por exemplo, baixou as hipóteses para 1/2. A verdade é que, se começou como candidato improvável, a vitória clara de Trump nos caucus de terça-feira no Nevada fez que chegue hiperfavorito à superterça-feira de 1 de março. A mais de 20 pontos ficaram os senadores Marco Rubio e Ted Cruz, numa luta renhida pelo segundo lugar.

"Estamos a ganhar, ganhar, ganhar e em breve o país vai começar a ganhar, ganhar, ganhar", exclamou Trump diante de uma multidão de apoiantes no seu discurso da vitória no Nevada. O magnata do imobiliário e ex-estrela de reality shows tem todas as razões para estar esfuziante: ganhou em todas as faixas sociais, nos homens e mulheres e em todas as etnias. Sim, até entre os hispânicos. Isto apesar de na campanha ter acusado os imigrantes mexicanos de serem violadores e traficantes, além de defender a construção de um muro que impeça a sua entrada nos EUA. "Vencemos entre os evangélicos, vencemos entre os jovens, vencemos entre os idosos, vencemos entre os mais educados e entre os menos educados - adoro os menos educados!", exclamou.

[artigo:5041077]

Nuns caucus com uma participação mais alta do que em anos anteriores, Trump beneficiou ainda do voto de um eleitorado zangado. Zangado com os políticos do sistema, zangado com o aumento da comunidade hispânica (mais de um quarto da população), no caso dos brancos. Descrita como caótica, a votação contou com denúncias de eleitores que votaram mais do que uma vez. Além disso, os apoiantes do milionário surgiram nos locais dos caucus com T-shirts e chapéus do candidato - o que não é proibido por lei.

Luta pelo segundo lugar

Ambos de origem cubana, Cruz e Rubio apostavam no voto hispânico para obterem um bom resultado no Nevada. Mas acabaram a disputar o segundo lugar, muito longe de Trump. Senador da Florida, Rubio preferiu não comentar os resultados dos caucus num estado onde viveu em criança - quando o pai trabalhava como barman num casino e a mãe era empregada num hotel.

Apesar de não ter ganho em nenhum estado, Rubio é agora visto como o candidato do establishment, depois de Jeb Bush ter saído da corrida.

Já Cruz, apesar de ter ficado atrás de Rubio, decidiu ignorar o adversário e concentrar os ataques em Trump. "A verdade é que os primeiros quatro estados mostraram que esta é a única campanha que pode derrotar Trump. E já o fez." O senador está agora a concentrar esforços no seu Texas, um dos 14 estados que vão a votos no dia 1. A última sondagem da Universidade de Emerson coloca Cruz apenas um ponto à frente de Trump (29% dos votos, contra 28%). Rubio surge em terceiro, com 25%.

Com o tempo a passar e a superterça-feira a aproximar-se, Cruz e Rubio estão cada vez mais pressionados para arranjar uma forma de travar Trump. "Estes tipos têm de encontrar maneira de virar a artilharia contra Trump", garantiu à Reuters Ford O"Connell, estratega republicano em Washington. Caso contrário, o analista está convencido de que a única dúvida é saber "qual dos dois vai desistir".

Hillary com larga vantagem

Se os republicanos já estão concentrados na superterça-feira, os democratas ainda têm antes pela frente as primárias de sábado na Carolina do Sul. Aí, Hillary Clinton espera repetir a vitória do Nevada - e as sondagens indicam que não só vai ganhar como vai esmagar o adversário, com 60% de intenções de votos, contra 32% - e distanciar-se de vez de Bernie Sanders antes da maratona de 1 de março.

[artigo:5044986]

No último debate, na CNN, a ex-primeira-dama e o senador do Vermont piscaram o olho ao eleitorado negro, com Hillary a lembrar a sua longa história de defesa dos afro-americanos, enquanto Sanders apelava a reformas no sistema de justiça.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt