Donald Trump entrou com uma ação em tribunal para restabelecer sua conta no Twitter e restaurar a voz online que perdeu após ser acusado de instigar o motim no Capitólio em janeiro deste ano..O Twitter e outras redes sociais baniram o ex-presidente das suas plataformas na sequência da invasão do edifício do Congresso dos EUA por uma multidão de apoiantes pró-Trump, a 6 de janeiro, que foi "acirrada", horas antes, por um discurso de Trump carregado de alegações falsas sobre os resultados das eleições que perdeu para Joe Biden..O Twitter justificou na época que os tweets de Trump que levaram à sua suspensão violaram a política da rede social contra a glorificação da violência e, provavelmente, levariam os seguidores do ex-presidente a imitar o que aconteceu a 6 de janeiro..No processo que deu entrada na sexta-feira num tribunal federal da Florida, Trump argumentou que a plataforma que serviu como o seu principal megafone para alcançar milhões de seguidores conservadores foi "coagida" a suspendê-lo por membros do Congresso dos Estados Unidos..Na altura em que foi banido, Trump tinha mais de 88 milhões de seguidores no Twitter. O Twitter, argumenta o ex-presidente na ação que entregou, "exerce um grau de poder e controlo sobre o discurso político neste país que é incomensurável, historicamente sem precedentes e profundamente perigoso para o debate democrático aberto"..A ação de Trump indica ainda que os talibãs, atualmente no poder no Afeganistão e considerados uma organização terrorista pelos Estados Unidos, podem ter uma conta no Twitter e ele não..A conta surgiu a 8 de agosto e "nas semanas que se seguiram, o Twitter permitiu aos talibãs publicar regularmente sobre as suas conquistas e vitórias militares em todo o Afeganistão", argumenta o ex-presidente dos EUA..Banir Trump, mas não o talibãs, é uma "incongruência ridícula" por parte do Twitter, alega o processo entregue pelos advogados de Trump..Contactada pela AFP, a rede social Twitter recusou-se a comentar a ação de Trump..O ex-presidente continua a exercer forte influência sobre o Partido Republicano e, depois de se manter discreto por alguns meses após a saída da Casa Branca, retomou a realização de comícios ao estilo eleitoral, deixando recorrentes insinuações de que concorrerá novamente à Casa Branca em 2024.