Trump pede diretamente ajuda para evitar certificação dos resultados na Pensilvânia
As pressões de Donald Trump para reverter a derrota para Joe Biden nas presidenciais dos EUA continuam. O presidente cessante ligou ao presidente da Câmara dos Representantes da Pensilvânia, por duas vezes durante a semana passada, para tentar impedir a certificação do resultado nas eleições de 3 de novembro no seu estado.
A iniciativa aconteceu depois da candidatura republicana ter perdido várias batalhas legais o estado, tanto em tribunais estaduais quanto federais pela não certificação dos resultados que dão ao presidente eleito, Joe Biden, os 20 votos do colégio eleitoral daquele estado. A campanha de Trump alega que os processos eleitorais não foram uniformes em todo o território e estão feridos de diversas irregularidades, mas não ofereceu nunca provas concretas para estas afirmações.
As ligações, confirmadas esta terça-feira ao jornal Washington Post pelo gabinete do presidente da Câmara dos Representantes, Bryan Cutler, fazem da Pensilvânia o terceiro estado onde Trump tentou reverter a derrota para o ex-vice-presidente Joe Biden. Já o tinha feito com os republicanos do Michigan e o governador da Geórgia, Brian Kemp, além de atacar publicamente o governador do Arizona, Doug Ducey, por este ter certificado os resultados no seu estado.
"O que podemos fazer para corrigir isso?", questionou Trump a Cutler. Este lembrou ao presidente que apenas o governador Tom Wolf - um democrata - ou um tribunal tertiam poder para reverter a situação, desde que houvesse provas de fraude, segundo relatou o seu porta voz.
Este descreveu os telefonemas entre Cutler e Trump como "amigáveis" e que o presidente não "pressionou" de forma hostil. No entanto, reconheceu que a pressão sobre Cutler - que enfrenta a reeleição como presidente da Câmara a 5 de janeiro - tem sido intensa. A caixa de mensagem do telefone do escritório que tem capacidade para armazenar milhares de mensagens de voz, ficou cheia "várias vezes" na semana passada.
Já o porta-voz da Casa Branca recusou comentar os telefonemas, bem como um porta-voz da campanha de Trump, escreve o Washington Post.
Desde o dia 4 de novembro, que o presidente Trump se nega a aceitar a derrota eleitoral, que apelidou de "fraude maciça". A recusa em abandonar a Casa Branca e reconhecer a vitória dos democratas levou a várias manifestações de apoiantes republicanos. Na Pensilvânia, por exemplo, centenas de pessoas manifestaram-se no fim de semana junto à casa de Cutler e do secretário de Estado democrata em Michigan, munidos de armas de fogo e cartazes a dizer: "Pare com o roubo."
O Congresso deverá aceitar formalmente os resultados a 6 de janeiro de 2021 - Biden toma posse a 20 de janeiro. Entretanto, um grupo de 32 legisladores estaduais republicanos uniu-se para tentar anular a certificação da vitória do democrata na Pensilvânia junto do Supremo Tribunal dos Estados Unidos.