Trump diz que reunião com Presidente do México seria "infrutífera"

Donald Trump afirma que a decisão de cancelar a reunião foi de ambos. "Se o México não quer pagar o muro, então é melhor cancelar a reunião marcada", disse o republicano horas antes do cancelamento
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O Presidente dos EUA disse hoje que as conversações com o seu homólogo mexicano, que foram canceladas, teriam sido "infrutíferas" devido aos desacordos entre os dois países, em particular o financiamento do muro ao longo da fronteira comum.

"O Presidente do México (Enrique Peña Nieto) e eu próprio concordámos em cancelar o nosso encontro que estava agendado para a próxima semana", disse Donald Trump em Filadélfia (leste) perante deputados do Partido Republicano.

"Enquanto o México não tratar os Estados Unidos de forma justa e com respeito, esse encontro seria infrutífero, e nós pretendemos seguir por outro caminho. Não tenho outra escolha", prosseguiu.

Peña Nieto anunciou hoje na rede social Twitter ter informado a Casa Branca de que não estaria presente na reunião com Trump, prevista para a próxima terça-feira em Washington.

Ao referir que o cancelamento do encontro foi uma decisão conjunta, Trump insistiu que os Estados Unidos não vão pagar o muro. "Disse-o claramente ao Governo do México", acrescentou.

Donald Trump deixou esta quinta-feira um aviso ao seu homólogo mexicano em duas mensagens publicadas no Twitter. "Os EUA têm um défice comercial com o México de 60 mil milhões de dólares. Foi um acordo em que um lado saiu mais beneficiado desde o início da NAFTA, com enormes números de empregos e empresas perdidas. Se o México não quer pagar o muro que é tão necessário, então é melhor cancelar a reunião marcada."

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Horas depois, o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto anunciava, também pelo Twitter, que não haveria reunião.

Ao denunciar com virulência o acordo de livre-comércio NAFTA (Estados Unidos, México, Canadá), Trump considerou que foi um "desastre total" para o seu país.

O republicano assinou na quarta-feira um decreto sobre o início da construção de um muro ao longo da imensa fronteira entre os EUA e o México para conter a imigração clandestina, a promessa mais emblemática da sua campanha eleitoral.

O chefe de Estado mexicano condenou ainda na quarta-feira esta decisão e comprometeu-se a defender os migrantes mexicanos nos Estados Unidos.

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A polémica decisão de Trump surgiu no momento em que os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Economia mexicanos se encontravam em Washington para preparar o encontro entre os dois chefes de Estado, agora anulado, e cinco meses após uma deslocação do candidato Trump ao México onde se encontrou com Peña Nieto.

Na ocasião, esta visita foi muito criticada no país latino-americano devido às ameaçadoras declarações de Trump sobre os migrantes e a imigração.

Ainda na quarta-feira, o Presidente norte-americano assinou um outro decreto para uma aplicação mais severa da legislação sobre imigração. A medida prevê reduzir os financiamentos federais para as cerca de 200 "cidades santuários" nos Estados Unidos que desde há décadas acolhem os imigrantes clandestinos.

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