Trump quer muro pronto até às eleições. E até promete perdoar ilegalidades
Donald Trump quer ver centenas de quilómetros de vedação na fronteira sul construídos antes da eleição presidencial de 2020. De tal modo tem urgência que indicou aos assessores para acelerarem a execução de contratos de construção e que se apropriem de terras privadas, noticia o Washington Post.
A quem se mostra preocupado com o desvio às leis, o presidente terá dito que usará os seus poderes para um perdão presidencial. "Não se preocupem, vou perdoá-los", terá dito aos funcionários das agências presentes nas reuniões sobre o muro. "Disse que as pessoas esperavam que ele construísse um muro e isso tinha que ser feito até às eleições", que têm lugar em novembro de 2020, disse um ex-funcionário ao Post.
Uma fonte da Casa Branca disse que essas declarações são uma piada de Trump.
Nas reuniões, o presidente dos EUA diz para as autoridades "tomarem as terras", de acordo com os participantes das reuniões. O incumprimento da promessa da sua campanha de 2016 seria uma desilusão para os apoiantes e uma derrota embaraçosa, diz Trump nessas reuniões.
Com a eleição a 14 meses de distância e centenas de quilómetros de vedação ainda em projeto, Trump tem realizado reuniões regulares da Casa Branca para atualizações de progresso e para acelerar o ritmo, de acordo com várias pessoas envolvidas nas discussões
A fronteira dos EUA com o México tem a extensão de 3.141 quilómetros. Segundo a agência federal Proteção de Fronteiras e Alfândega, o muro tem agora 96 quilómetros, ou 13% da promessa de Trump, 724 quilómetros construídos até às eleições.
Para a promessa atual ser cumprida falta construir 627 quilómetros de vedação. Durante os primeiros dois anos e meio de mandato, o as obras do muro com o México não foram além da substituição da vedação na infraestrutura existente.
Em agosto de 2015, Trump disse que seria "muito fácil" ver um muro construído ao longo da totalidade da fronteira sudoeste. Em outubro, a proposta foi revista para metade, 1600 quilómetros, devido às "barreiras naturais" ao longo da fronteira.
As obras têm sido executadas pelo Corpo de Engenheiros do Exército. Sem financiamento do Congresso -- recusou um pedido de 5 mil milhões de dólares -- para mais do que 323 a 329 quilómetros de vedação, a Casa Branca virou-se para o Pentágono. O secretário da Defesa Mark T. Esper deve aprovar um pedido da Casa Branca para desviar 3,6 mil milhões de dólares em fundos do Pentágono nas próximas semanas. Os fundos serão retirados de projetos do Departamento de Defesa em 26 estados.