Trump diz que pagamento a mulheres saiu da sua conta pessoal
Com o cerco a apertar depois de ver dois dos seus antigos colaboradores próximos (Michael Cohen e Paul Manafort) "apanhados" pela justiça norte-americana, Donald Trump admitiu nesta quarta-feira que teve conhecimento do pagamento feito a duas mulheres para se manterem em silêncio sobre relações mantidas no passado com o atual presidente dos EUA. No entanto, Trump garantiu que os pagamentos saíram da sua conta pessoal e não das verbas de financiamento da sua campanha eleitoral, em 2016.
Em declarações à estação conservadora Fox News, Donald Trump negou a versão do seu ex-advogado pessoal Michael Cohen, que se declarou culpado perante a justiça norte-americana e implicou o presidente num possível caso de uso indevido dos dinheiros de campanha.
Cohen reconheceu perante a justiça ter pago dinheiro a duas mulheres - identificadas pelos media norte-americanos como sendo a atriz Stephanie Clifford (conhecida no mundo do cinema pornográfico como Stormy Daniels) e a ex-modelo da Playboy Karen McDougal -, por instruções do então candidato, nos meses anteriores à eleição presidencial, de forma a influenciar a campanha defendendo a imagem pública de Trump.
Nesta quarta-feira, Donald Trump admitiu então ter tido conhecimento dos pagamentos efetuados por Cohen (entre 130 e 150 mil dólares), mas "só mais tarde". "A minha primeira pergunta, quando soube, foi se o dinheiro tinha vindo da campanha, pois isso poderia ser um pouco arriscado. Mas os pagamentos não vieram da campanha, e isso é importante", disse o presidente norte-americano à Fox News, recusando qualquer violação das leis de campanha.
Também nesta quarta-feira, Sarah Sanders, a porta-voz da Casa Branca, afirmou perante os jornalistas que "o presidente não fez nada de errado" no caso do pagamento às duas mulheres que afirmam ter tido casos com Trump no passado. "Não fez nada de errado, não há acusações contra ele, não há nenhum conluio", repetiu Sanders várias vezes perante as perguntas dos repórteres presentes.
Quanto ao facto de o advogado Michael Cohen se ter declarado culpado perante a justiça, Sarah Sanders disse que isso não tem consequências para Trump: "Só porque ele fez um acordo judicial isso não implica em nada o Presidente."
A tormenta política voltou a pairar sobre Donald Trump depois de Michael Cohen, seu antigo advogado pessoal, e Paul Manafort, ex-chefe de campanha, terem sido acusados em processos judiciais, na terça-feira. E a possibilidade de um impeachment (destituição) voltou a ser um cenário colocado na agenda política norte-americana, com as eleições para o Congresso num horizonte próximo (novembro). Para a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, isso "não passa de uma manobra propagandística barata dos democratas".