Trump diz que Coreia do Norte tem armas nucleares por culpa de Hillary Clinton
O presidente dos Estados Unidos acusou esta quarta-feira a antiga secretária de Estado e candidata presidencial Hillary Clinton de ser parcialmente responsável pelo programa nuclear da Coreia do Norte. Após a ex-candidata ter dado uma entrevista em que criticou o discurso de Trump na Assembleia-Geral da ONU, o presidente dos EUA acusou-a de ter culpa do que se passa na Coreia do Norte.
"Depois de permitir que a Coreia do Norte fizesse investigações e construísse armas nucleares enquanto Secretária de Estado (o Bill Clinton também), a Hillary corrupta critica", escreveu hoje Donald Trump no Twitter.
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Hillary Clinton foi secretária de Estado dos Estados Unidos entre 2009 e 2013, na administração de Barack Obama.
Horas depois de Trump ter discursado na Assembleia-Geral da ONU, Clinton deu uma entrevista ao programa The Late Show em que criticou o tom do presidente. Perante os líderes mundiais, Trump ameaçou "destruir totalmente a Coreia do Norte".
"Achei que [o discurso] era muito sombrio, perigoso. Não o tipo de mensagem que o líder do melhor país do mundo deveria passar", disse a ex-candidata presidencial ao apresentador Stephen Colbert.
Colbert tem-se revelado um dos maiores críticos de Donald Trump, falando sobre o republicano em vários episódios do programa.
"O que esperava que o presidente tivesse dito era algo como 'interpretarmos isto como um perigo para os nossos aliados, para a região e até para o nosso país. Pedimos a todas as nações para que trabalhem connosco para tentar acabar com a ameaça feita por Kim Jong-Un'", continuou Hillary Clinton.
A democrata disse ainda que apelidar o líder da Coreia do Norte de Rocket Man, o tema musical de Elton John" não ajuda à situação, e que os Estados Unidos deviam "liderar com diplomacia, com o compromisso de tentar evitar conflitos".
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"Quando enfrentamos situações perigosas, como a que está a acontecer com a Coreia do Norte, temos de deixar claro que a primeira abordagem tem de ser diplomática", continuou Clinton. Trump deveria "demonstrar claramente que os Estados Unidos continuam a ser um exemplo"
Nesta entrevista, Clinton falou ainda da sua relação com o presidente Vladimir Putin e de como lidou com a derrota nas eleições de 2016.
"Os nossos serviços de inteligência e outros disseram que ele tem ressentimentos em relação a mim pelo meu papel como Secretária de Estado", disse Clinton, acrescentando que várias vezes criticou a falta de liberdades na Rússia em frente a Vladimir Putin.
"Não o levo a peito. Acho que faz parte da perspetiva dele do mundo, que envolve a raiva e desapontamento pela queda da União Soviética, a crença de que nós somos o rival número um", continuou Clinton, "e em parte porque sou uma mulher, o que parece deixá-lo um bocado agitado. E ele já disse isso".
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Clinton lançou um livro recentemente, What Happened - o que aconteceu, em tradução literal - em que conta a sua versão das eleições presidenciais de 2016.
A antiga primeira-dama, senadora e chefe da diplomacia norte-americana foi a primeira mulher na história dos EUA a concorrer à Casa Branca. Garante que não voltará a tentar chegar à presidência, mas não se retirará da vida política.