Tribunal exige exames médicos a Berlusconi
Depois dos advogados de Silvio Berlusconi terem pedido hoje um novo adiamento do julgamento em que o ex-primeiro-ministro é acusado de prostituição de menores, sexo com menores e de abuso de poderes, o tribunal decidiu ordenar uma averiguação médica para determinar se a inflamação ocular, invocada como pretexto para as ausências de Berlusconi, o impossibilita de facto a presença deste nas sessões.
Na sessão de hoje estava previsto o fim das alegações da acusação, que devia ainda anunciar a pena pedida para Berlusconi no caso 'Rubygate', cujos factos se verificaram em 2010, quando o então primeiro-ministro terá pago a uma série de jovens, entre as quais à marroquina Karima El Mahrug, conhecida como 'Ruby, a arrasa-corações', então com 17 anos, para manter relações sexuais.
A comprovarem-se as alegações de atos sexuais com 'Ruby', Berlusconi poderá ficar detido, já que as relações desta natureza com menores de 18 anos são punidas em Itália com penas de prisão.
Quer 'Ruby' quer Berlusconi negaram então qualquer envolvimento sexual.
Berlusconi deu entrada num hospital de Milão no final da semana passada com uma inflamação ocular; os seus advogados invocaram ainda episódios de hipertensão, citando os médicos que seguem o ex-primeiro-ministro.
Sexta-feira, o tribunal aceitara o pedido de adiamento até hoje.
Num outro processo, em que Berlusconi é acusado de fraude fiscal, um outro tribunal recusou no sábado passado o pedido de adiamento feito sob os mesmos pretextos de saúde. Os médicos estabeleceram que aquele sofre realmente de uma inflamação ocular, mas que este factor não é suficiente para o impedir de estar presente em tribunal.
Num outro processo, que estava ainda em fase de instrução, a decorrer em Nápoles, Berlusconi foi ontem considerado responsável de corrupção por ter "comprado" um senador da oposição, em 2006. Eleito nas listas da coligação de centro-esquerda de Romano Prodi, o senador Sergio de Gregorio transferiu-se para o campo de Berlusconi poucos meses após a sua eleição. Por este volte-face, De Gregorio, teria recebido três milhões de euros.
O ministério público pediu o julgamento imediato do caso.