No terceiro dia de audiências sobre o assassínio do moçambicano Mido Macia, que ocorreu há duas semanas, os advogados de defesa disseram que não há provas que impliquem os polícias na morte do taxista.. "Nós não temos sequer uma evidência que sugira que os acusados sejam a fonte da causa da morte", referiu o advogado Elias Thsole..De acordo com o advogado, o caso apresentado pelo Estado é fraco..No dia 26 de fevereiro, várias pessoas filmaram Mido Macia a ser agredido, algemado à traseira de uma carrinha da polícia e arrastado por várias centenas de metros pelas ruas de Daveytown, a leste de Joanesburgo..Veja aqui as imagens que chocaram o mundo:.[youtube:UPYtzN-x8H8].Cerca de duas horas mais tarde, o moçambicano foi encontrado morto na sua cela, com graves ferimentos, incluindo cortes e uma hemorragia cerebral, num caso que chocou a África do Sul e o mundo..Os advogados de defesa chegaram a pedir que a transmissão ao vivo da audiência fosse suspensa, com medo de represálias, mas o juiz negou o pedido..A polícia teve de proteger os advogados de defesa, na segunda-feira, à saída do tribunal, de uma pequena multidão, que mostrava indignação com a brutalidade policial que alegadamente teria ocorrido neste caso. .A procuradoria pede que os polícias não sejam libertados sob fiança para não causar perturbação da paz pública..Os procuradores sul-africanos consideraram, na audiência de segunda-feira, relevantes os dados da autópsia ao corpo do imigrante moçambicano, que indicam que quando foi fechado numa cela estava sem calças e gravemente ferido..Os advogados dos acusados disseram que Macia havia matado cinco crianças num acidente de carro dias antes, sugerindo que os ferimentos deste episódio poderiam ter causado a morte do taxista moçambicano..Na primeira audiência, na sexta-feira, os nove acusados declararam-se inocentes e descreveram o taxista como sendo um homem violento que resistiu à detenção depois de ter insultado as forças da ordem..No sábado, milhares de pessoas homenagearam Macia no seu funeral, em Matola, Moçambique, no qual participaram ministros do Governo moçambicano, representantes diplomáticos sul-africanos e familiares, amigos e vizinhos do taxista e da sua família, que se insurgiram contra "um crime bárbaro" que tirou a vida a um "homem que trabalhava honradamente" na África do Sul.