Tribunal confirma condenação de inspectores da PJ
Segundo o advogado de Leonor Cipriano, o Tribunal da Relação considerou "amplamente suficiente" toda a prova produzida em primeira instância para provar a existência "de um grave crime de tortura" contra Leonor Cipriano.
No julgamento, que decorreu em Faro, durante vários meses, os dois inspectores da Polícia Judiciária, Gonçalo Amaral e António Cardoso, foram condenados a penas de um ano e seis meses e dois anos e três meses, respectivamente, suspensas na sua execução.
Gonçalo Amaral, ex-coordenador do Departamento de Investigação Criminal de Portimão, foi condenado como autor de um crime de falsidade de depoimento, e António Cardoso, como autor de um crime de falsificação de documento.
Segundo Marcos Aragão Correia, o Tribunal da Relação de Évora declarou "improcedentes" todos os recursos, inclusive a pretensão dos arguidos de "renovação de prova". O advogado acrescenta que os juízes que analisaram os recursos, além de decidirem manter na íntegra o acórdão final da primeira instância, confirmaram que Leonor Cipriano "foi brutalmente torturada por vários agentes da Polícia Judiciária portuguesa que permanecem não identificados".
Marcos Aragão Correia anunciou que, em consequência desta decisão, Leonor Cipriano irá apresentar uma queixa formal contra o Estado Português à Organização das Nações Unidas por violação "grosseira dos mais básicos Direitos Humanos".