Três deputados da oposição venezuelana pedem para abandonar o parlamento
O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela anunciou nesta terça-feira, que os três deputados da oposição, acusados pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) de terem cometido irregularidades eleitorais, pediram para suspender funções enquanto são investigados pelas autoridades. A decisão tomada por Julio Haron Ygarza, Nirma Guarulla e Romel Guzamana surge depois do anúncio feito pelo Supremo Tribunal de Justiça que declarou anular todas as decisões tomadas na assembleia nacional enquanto os deputados não suspendessem funções.
Os membros do partido pró-governo celebraram a decisão como " uma vitória para o povo". Henry Ramos Allup, leu no parlamento as cartas enviadas pelos deputados pedindo para serem "desincorporados" do organismo. O presidente da Assembleia Nacional venezuelana, eleito pela oposição no passado dia 4 de Janeiro, disse depois aos jornalistas: "Às vezes é necessário sacrificar uma parte para salvar o todo. Existem muitas medidas constitucionais para correr com [o presidente] Maduro". A oposição considera a jogada do Partido Socialista como uma tentativa de retirar à oposição a maioria de dois terços. .
Com uma vitória esmagadora, a primeira em 16 anos, a aliança opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) obteve nas eleições de 6 de dezembro último, uma maioria de dois terços no parlamento. Ocupando 112 lugares dos 167 disponíveis no organismo, a oposição, que colocou um ponto final no regime "chavista" continuado por Nicólas Maduro após a morte de Hugo Chávez, ocupa agora 109 lugares mas garante que mantém a maioria de dois terços.
Num esforço para manter essa supermaioria, Henry Ramos Allup, explicou que a saída dos três deputados da oposição reduz o quórum para 164 lugares, reivindicando assim que a oposição mantém a maioria de dois terços no parlamento. A medida foi imediatamente contestada pelos deputados afetos aos "chavismo" que abandonaram as bancadas do parlamento.