União Europeia quer travão automático para limitar velocidade
Com mais de oito mil crianças mortas nas estradas europeias em dez anos, a União Europeia (UE) quer impor limitadores automáticos de velocidades nos automóveis novos já a partir de maio. Os veículos terão de sair dos fabricantes já com sistemas de travagem automática de emergência, alcoolímetros e "caixas negras" que registem os dados da viatura, anunciou ontem o Conselho Europeu de Segurança nos Transportes (CEST).
A UE quer alargar também as zonas urbanas onde o limite é de 30 km/hora, sobretudo em zonas com muitos peões e ciclistas e em zonas de escolas, uma medida que já foi antecipada em janeiro pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, quando admitiu generalizar em áreas urbanas os limites de velocidade a 30 km/h, como já acontece em alguns bairros residenciais, depois de considerar "absolutamente inaceitável" o elevado número de atropelamentos, sobretudo nas zonas urbanas.
"Tecnologias inteligentes, eficientes e de segurança dos veículos, como o travão automático de emergência e o assistente inteligente de velocidade, podem ser tão importantes como o cinto de segurança para salvar as vidas das crianças. Mas a mudança efetiva só chegará quando, tal qual os cintos de segurança, estas tecnologias estiveram incorporadas em cada carro como equipamento de origem, não como uma opção extra para uns poucos", defendeu Antonio Avenoso, o italiano que dirige o CEST.
Como avança o Correio da Manhã, na sua edição de hoje, este sistema funciona a partir da leitura dos sinais de trânsito, por uma câmara ligada ao sistema informático do veículo e do GPS, que emite a informação sobre qual o limite de velocidade na via na qual o veículo circula e reduz automaticamente a velocidade da viatura para esse limite.
Os regulamentos de segurança rodoviária da UE vão ser atualizados a 2 de maio.