Há 57 anos, no dia 22 de janeiro de 1963, vivia-se um momento histórico na relação entre a França e a Alemanha. Era assinado o Tratado do Eliseu, que marcou a reconciliação dos dois países após a Segunda Guerra Mundial. "Uma decisão histórica", lia-se na edição do DN do dia seguinte, em que se dava destaque à assinatura do documento..Com este tratado, assinado pelo presidente francês Charles de Gaulle e pelo chanceler alemão Konrad Adenauer, os dois países comprometem-se "a abandonar a sua rivalidade secular" e a cooperar "como amigos" no futuro, escrevia o jornal.."Na cerimónia, os dois estadistas assinaram em nome dos seus países. Em seguida abraçaram-se, beijando-se nas duas faces", relatava o DN, indicando que "o tratado de estreita cooperação entre a França e a República Federal da Alemanha" foi assinado às 16.42, no salão Murat, do Palácio do Eliseu.."Não há um só homem no mundo que não compreenda a importância capital deste ato, não só porque volta uma folha sobre uma longa e sangrenta série de conflitos, mas porque ainda abre as portas de par em par a um novo futuro para a França e para a Alemanha, para a Europa e, consequentemente, para o mundo inteiro", disse Charles de Gaulle na cerimónia que durou quatro minutos, os suficientes para mudar a relação entre os dois países..O chanceler alemão, "cuja emoção era evidente", afirmou que De Gaulle "exprimira os sentimentos existentes tanto do lado francês como do alemão, de forma tão perfeita, que nada podia acrescentar às suas palavras". Após esta declaração, o presidente francês surpreendeu ao dar um abraço a Adenauer, que retribuiu o gesto..Mais de 50 anos depois, França e Alemanha voltavam a juntar assinaturas num documento. Os protagonistas são agora a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Emmanuel Macron. Os dois assinaram em janeiro de 2019 o tratado de Aix-la-Chapelle que renova o que foi estabelecido no documento assinado em 1963.."O mundo transformou-se e necessitamos de um novo tratado que consolide os fundamentos do [tratado] do Eliseu", disse, na altura, Merkel.