Ligações fluviais da Transtejo com supressão de carreiras a partir das 13:30

Prevê-se a supressão das ligações fluviais entre Lisboa e Cacilhas, em Almada, durante o período da tarde de quinta e sexta-feira. A Transtejo/Soflusa já tinha anunciado a interrupção do serviço noturno, entre as 21:00 e as 24:00, devido à falta de recursos humanos.
Publicado a
Atualizado a

Por "falta de recursos humanos operacionais, não é possível garantir a realização de todas as carreiras previstas", informou a Transtejo/Soflusa (TTSL), anunciando a supressão de ligações fluviais entre Cais do Sodré, Lisboa, e Cacilhas, Almada, a partir das 13:30 desta quinta-feira. Ao todo, vão ser canceladas 14 ligações em cada sentido. Na sexta-feira, a situação repete-se.

Anteriormente, a empresa já tinha anunciado interrupção do serviço noturno, entre as 21:00 e as 24:00, para quarta e quinta-feira, devido à falta de pessoal, o mesmo motivo pelo qual a TTSF informa no site a ocorrência de perturbações do serviço durante a tarde, com várias ligações suprimidas.

Na página oficial, a TTSL revelou o horário das últimas carreiras antes da interrupção noturna, que na ligação Cacilhas - Cais do Sodré será às 20:38 nesta quinta-feira, enquanto na ligação Cais do Sodré -- Cacilhas está previsto ser às 20:50 .

Já as primeiras carreiras após a interrupção, entre Cacilhas e Cais do Sodré, serão às 00:05, e, na ligação Cais do Sodré-Cacilhas, às 00:20.

A supressão das ligações no período da tarde e no serviço noturno também vão ocorrer na sexta-feira, informa a empresa.

Na quarta-feira, à margem da iniciativa Portugal Mobi Summit, em Cascais, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, considerou "inaceitável" a decisão da empresa de suprimir carreiras no período noturno.

Em resposta ao aviso da TTSL, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) considerou na quarta-feira que a supressão de carreiras, durante o período noturno, "não é uma situação isolada, porque é frequente anúncios destes, como foi o caso da semana passada com algumas dezenas de supressões, sendo uma questão estrutural decorrente da falta de trabalhadores que não são admitidos".

"Não são supressões devidas a qualquer conflito laboral, mas devido à falta de respostas às reivindicações dos trabalhadores, nas quais se incluem a admissão de novos trabalhadores para substituir os que faltam, mas que o Governo continua a ignorar e os navios não funcionam sem trabalhadores", apontou a FECTRANS, em comunicado.

Manifestando solidariedade com o protesto dos utentes da TTSL, por considerar que "são, cada vez, mais mal servidos devido ao desinvestimento nestas empresas públicas", a federação questionou o porquê de não se admitirem novos trabalhadores.

"Será que querem razões para medidas de alienação das empresas, com a justificação da incapacidade de, no âmbito de empresa pública, prestar um serviço público de qualidade?", interrogou a FECTRANS.

Para a federação, a empresa TTSL, que junta a Transtejo e a Soflusa, "não pode continuar refém" da falta de respostas do Governo, devendo responder às reivindicações dos trabalhadores, que são "essenciais para a prestação de um serviço público de qualidade".

Na quinta-feira, os trabalhadores da Transtejo, que fazem as ligações entre a Margem Sul do rio Tejo e Lisboa, decidiram marcar cinco dias de greve parcial para continuar a reivindicar por aumentos salariais, disse à Lusa fonte sindical.

A decisão foi tomada durante um plenário de trabalhadores, realizado na quinta-feira à tarde, não estando para já estabelecido em que dias ocorrerá a paralisação, segundo adiantou o dirigente da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), Paulo Lopes.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt