Transporte celular distinguido com Nobel da Medicina

Os investigadores James E. Rothman , Randy W. Schekman e Thomas C. Südhof foram distinguidos com o Prémio Nobel da Medicina 2013.
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James E. Rothman é investigador na Universidade de Yale, Randy W. Schekman pertence à UC Berkeley e Thomas C. Südhof é membro da Universidade de Standford.

De acordo com a Assembleia Nobel do Instituto Karolinska, os três cientistas distinguiram-se pela forma como resolveram o mistério de como a célula organiza o seu sistema de transporte.

Nascido em 1950 em Haverhill (EUA), James E. Rothman tem-se distinguido pelo seu trabalho na descoberta de como os mecanismos subjacentes de transporte vesicular no interior das células e a secreção de proteínas funcionam.

Ao estudar o transporte de vesículas em células de mamíferos nas décadas de 1980 e 1990, Rothman descobriu que um complexo de proteínas permite às vesículas prenderem-se e fundirem-se com as membranas-alvo.

Já Randy W. Schekman nasceu em 1948 em Saint Paul (EUA). O investigador da UC Berkeley tem centrado a sua investigação no processo de montagem da membrana, no transporte vesicular e na fusão da membrana entre os organelos da via secretora.

O investigador tem estudado a forma como a célula organiza o seu sistema de transporte e em 1970 decidiu estudar a base genética usando leveduras como um modelo. A partir daí identificou células de leveduras com defeitos no sistema de tranposrte, dando origem a uma situação similar a um sistema de transportes públicos mal planeado.

Schekman descobriu que a causa deste congestionamento era genética e passou a identificar os genes mutantes. Numa fase posterior identificou três classes de genes que controlam diferentes facetas do sistema de transporte celular, proporcionando novas perspectivas sobre a maquinaria rigidamente regulamentada que medeia o transporte na célula.

O terceiro laureado é o alemão Thomas C. Südhof, nascido em Goettingen, em 1955. Professor associado da Universidade de Standford, Südhof interessou-se pela forma como as células nervosas comunicam umas com as outras no cérebro. De acordo com o cientista, as moléculas de sinalização, os neurotransmissores, são libertadas a partir das vesículas que se fundem com a membrana externa das células nervosas, usando a maquinaria descoberta por Rothman e Schekman.

A descoberta do investigador germânico permitiu perceber como a precisão temporal é alcançada e como o conteúdo das vesículas pode ser libertado no momento certo.

Segundo o comité do Nobel, as descobertas destes três investigadores tiveram um grande impacto no entendimento de como a carga é entregue com sincronismo e precisão, dentro e fora da célula. Estes transportes vesiculares operam, com os mesmos princípios gerais, em organismos tão diferentes como o fermento e o homem.

O transporte vesicular defeituoso ocorre numa variedade de doenças, incluindo um número de desordens neurológicas e imunológicas, bem como na diabetes. Sem esta organização precisa, a célula iria sucumbir no caos.

Os três investigadores vão dividir um prémio de 915 mil euros (8 milhões de coroas suecas).

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