Transferência dos fundos de pensões com impacto negativo

O presidente da APB, António de Sousa, disse hoje que a transferência dos fundos de pensões dos bancos para a Segurança Social irá "criar um impacto negativo substancial" nos balanços das instituições bancárias.
Publicado a
Atualizado a

"O processo da transferência dos fundos de pensões do sistema bancário para a Segurança Social irá criar um impacto negativo substancial nos bancos portugueses", disse hoje o presidente da APB, que está a ser ouvido na Comissão parlamentar de Orçamento e Finanças sobre a proposta de lei que rege o recurso dos bancos ao fundo de recapitalização de 12 mil milhões de euros.

O responsável disse ainda que este processo de transferência dos fundos de pensões poderá ser uma das razões a levar os bancos a recorrer ao fundo de capitalização público para reforçar os seus rácios de capital.

O ministro das Finanças anunciou hoje que terminaram com sucesso as negociações da transferência dos fundos de pensões da banca para a Segurança Social, que permitirá atingir a meta do défice, mas também pagar dívidas das Administrações Públicas.

António de Sousa afirmou ainda que a transferência para o Estado (destinada a atingir a meta de défice de 5,9 por cento do PIB este ano) dos fundos de pensões referentes aos trabalhadores já reformados dos principais bancos privados significa que as instituições terão de amortizar mais rapidamente esse valor, quando a nível internacional se andava a negociar um prazo de quase dez anos.

"Em Basileia III havia uma progressiva amortização dos fundos de pensões, dos limites não enquadrados no corredor, o que podia ser feito até 2018 e andávamos ate a negociar mais três ou quatro anos. Neste momento, com a transferência substancial do montante, a negociação perde sentido", afirmou.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt