Trabalho escravo vai a tribunal

Uma juíza de instrução criminal (JIC) de Valongo decidiu hoje levar a julgamento o caso de uma feirante e do seu genro que, alegadamente, sujeitavam quatro homens fragilizados a trabalho escravo, disse fonte judicial.
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Na sua decisão instrutória, a JIC Paula Simões pronunciou ambos os arguidos pelos crimes de escravidão e o homem também por detenção ilegal de arma. A juíza decidiu ainda manter os dois arguidos em prisão preventiva.

A feirante e o genro foram detidos em agosto do ano passado pela Polícia Judiciária, numa operação que incluiu buscas a uma residência de Valongo. Ali, os investigadores encontraram armas não licenciadas, munições e muitos documentos bancários indiciadores dos "avultados dividendos financeiros" obtidos com o trabalho escravo, segundo um comunicado policial da altura.

Após o primeiro interrogatório judicial aos arguidos, um juiz escreveu, no respetivo auto, que os dois feirantes denotaram "um profundo desrespeito pela vida e dignidade humanas, a roçar um quase gueto ou situação de campos de refugiados ou de campos de concentração, que a história infelizmente tem vindo a repetir".

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