Na sua decisão instrutória, a JIC Paula Simões pronunciou ambos os arguidos pelos crimes de escravidão e o homem também por detenção ilegal de arma. A juíza decidiu ainda manter os dois arguidos em prisão preventiva..A feirante e o genro foram detidos em agosto do ano passado pela Polícia Judiciária, numa operação que incluiu buscas a uma residência de Valongo. Ali, os investigadores encontraram armas não licenciadas, munições e muitos documentos bancários indiciadores dos "avultados dividendos financeiros" obtidos com o trabalho escravo, segundo um comunicado policial da altura..Após o primeiro interrogatório judicial aos arguidos, um juiz escreveu, no respetivo auto, que os dois feirantes denotaram "um profundo desrespeito pela vida e dignidade humanas, a roçar um quase gueto ou situação de campos de refugiados ou de campos de concentração, que a história infelizmente tem vindo a repetir".