Trabalhistas vão votar a favor do segundo referendo
Enquanto decorria a sessão parlamentar de perguntas à primeira-ministra, soube-se que o voto indicativo à emenda Beckett-Kyle-Wilson, que estabelece um referendo precedente à aprovação no Parlamento de qualquer acordo de saída, vai ter disciplina de voto, favorável à consulta popular.
Uma medida que tem como objetivo atingir uma maioria num dos votos indicativos que o presidente do Parlamento John Bercow vai selecionar para debate e votação nesta tarde. Um deputado trabalhista explicou à editora de Política da Sky News Beth Rigby que os votos indicativos em várias emendas são uma estratégia da governante para demonstrar que a Câmara dos Comuns não chega a um acordo. E se não houver uma maioria clara em qualquer sentido, May terá uma renovada legitimidade para apresentar o seu acordo a uma terceira votação. Daí a importância da disciplina de voto numa emenda.
"Quando se demite?" O partido nacionalista escocês, pela voz do deputado Stewart Hosie, fez a pergunta que todos queriam ouvir a primeira-ministra responder. Mas Theresa May não respondeu, tal como não o fez quando o líder da oposição, Jeremy Corbyn, lhe disse "Ou ouve e muda de rumo ou vai-se embora".
O debate não trouxe nada de novo em termos de substância. Corbyn lembrou que na última vez perguntou a May pelo plano B e não obteve resposta. O mesmo aconteceu agora: "Vamos continuar a assegurar que cumprimos o Brexit." Ao que o trabalhista retrucou: "O único problema da sua resposta é que o seu plano já foi rejeitado duas vezes." E desafiou-a a dar o apoio à sua emenda, que prevê uma saída da UE em que se mantém a união aduaneira. May defendeu o seu acordo, que tem "os benefícios de uma união aduaneira" com os de uma "política independente de comércio livre".
Corbyn estranhou uma primeira-ministra conservadora estar contra duas associações empresariais e não defender a união aduaneira e que a sua política de "chantagem" aos deputados põe em risco a indústria e os empregos e perguntou se a primeira-ministra iria aceitar um consenso alcançado na Câmara. Mais uma vez, May não respondeu. Mais tarde, um porta-voz disse aos jornalistas que o governo está contra o princípio de o Parlamento tentar trabalhar numa solução no lugar do governo, tendo alegado "questões constitucionais".