O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos considerou hoje que a reposição das 35 horas semanais de trabalho na função pública beneficiará "toda a gente" e defende a abertura dos serviços à hora do almoço..Em declarações à agência Lusa, Paulo Ralha afirmou que as atuais horas de atendimento, que foram aumentadas depois da entrada em vigor do diploma que alargou o período laboral para as 40 horas semanais na função pública, poderão ser mantidas "com o não encerramento dos serviços à hora do almoço"..Atualmente as repartições de finanças encerram entre as 12:30 e as 14:00.."É uma proposta positiva sob todos os pontos. Para nós [trabalhadores] seria bom porque permitia-nos sair mais cedo e para os contribuintes seria vantajoso que passassem a poder usar a sua hora de almoço para se dirigirem aos serviços de finanças, sem ter que faltar ao trabalho", disse..Desta forma, continuou, melhora-se o atendimento ao público e a motivação dos funcionários.."Ganha-se em produtividade, ganha o Estado, ganham os contribuintes e os trabalhadores", sustentou Paulo Ralha..Na terça-feira, as centrais sindicais - CGTP e UGT -, a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) e a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) foram ouvidas no parlamento no âmbito da reposição das 35 horas e dos feriados..CAP e CCP manifestaram a sua discordância face à aplicação das 35 horas e à reposição dos feriados, ao passo que UGT e CGTP defenderam a reposição dos direitos dos trabalhadores e o combate à precariedade laboral..Os projetos de lei do PCP, Verdes, Bloco de Esquerda e PS para a reposição das 35 horas de trabalho na função pública foram aprovados, na generalidade, no passado dia 15 de janeiro, e estão agora a ser discutidos na especialidade em sede de comissão, antes da sua aprovação final global em plenário da Assembleia da República..A principal diferença entre os quatro projetos de lei está no prazo de entrada em vigor da lei, pois enquanto o partido do Governo remete a aplicação da medida para o segundo semestre deste ano, os outros três partidos querem a sua aplicação o mais rápido possível, o que corresponde à reivindicação dos sindicatos..A proposta socialista prevê que a lei entre em vigor a 01 de julho deste ano.