Trabalhadores da Azores Airlines temem por postos de trabalho com privatização

"Temos algum receio que esta alienação de capital ponha em causa os postos de trabalho tanto na região como no continente, no Porto e em Lisboa", disse o sindicalista José Morgado
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O presidente da Comissão de Trabalhadores (CT) da Azores Airlines admitiu hoje que os funcionários da empresa temem pelos seus postos de trabalho na sequência da intenção de privatização de 49% do seu capital social.

"Temos algum receio que esta alienação de capital ponha em causa os postos de trabalho tanto na região como no continente, no Porto e em Lisboa, e que se deixe ao comprador a parte menos popular do trabalho", declarou à agência Lusa José Morgado.

O sindicalista admite que a privatização de parte do capital da operadora, detido pela Região Autónoma dos Açores, "pode ser a solução dado ao aumento da dívida e a situação atual da empresa", mas pretende "saber quais os contornos que estão por detrás desta venda", que já constava do orçamento do Governo dos Açores de 2017.

Para José Morgado, é imperioso apurar "porque se atrasou tanto a elaboração do caderno de encargos e só agora se fala da venda, quando ouve tempo para a preparar, podendo coisas já estar em cima da mesa e ser o concurso público aberto".

O responsável adianta que o grupo Sata, que passa por uma fase "muito complicada", "parece estar com alguma dificuldade em se financiar na banca", salvaguardando que esta pode ser uma vantagem do comprador sobre o vendedor.

Entretanto, numa carta aberta à secretária regional dos Transportes e Obras Públicas, Ana Cunha, a CT considera que o seu "grande objetivo é requerer a maior prudência e transparência" na alienação do capital, assegurando-se os "superiores interesses da companhia, do povo açoriano e dos trabalhadores".

Os trabalhadores querem saber se "está acautelado o serviço público, a mobilidade dos açorianos e a manutenção das rotas até aqui conquistadas e, durante vários anos, geradoras de lucros significativos".

De acordo com a CT é importante apurar que plano de exploração se "exige ao investidor, a curto, médio e longo prazo", qual o "retorno financeiro expectável e que meios humanos o sustentam, bem como a ação necessária à recuperação da velha e boa imagem da Sata Internacional".

Questionada sobre a carta enviada pela CT da Azores Airlnes, no âmbito de uma conferência de imprensa tida hoje em Ponta Delgada, a secretária regional com a tutela da Sata, Ana Cunha, afirmou que "a resposta será dada em audiência a marcar com os signatários da comunicação tornada pública".

A secretária reafirmou que o formato de procedimento concursal da Azores Airlines "dependerá dos interessados", sendo ainda prematuro avançar se o Governo dos Açores vai recorrer à figura de concurso público ou outra figura prevista na lei.

A Sata Air Açores assegura as ligações aéreas entre as nove ilhas dos Açores e a Azores Airlines faz voos de e para fora do arquipélago.

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